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O Morro do Cruzeiro - por Erick Bernardes


Dados da foto: São Gonçalo. Pedra do Cruzeiro, 1970. Arquivo Nacional. Correio da Manhã. BR_RJANRIO_PH_0_FOT_06937_40

Pegando carona na crônica da semana passada acerca da Pedra da Coruja e sua sensacional narrativa sobre tiros de canhão e buracos de bala na rocha batizada com o nome da ave símbolo da sabedoria, recordo de uma palestra do jornalista Rujany Martins, quando ele narrou sobre o modo como a cruz do Morro do Cruzeiro foi construída. Sim, exatamente, a fala do jornalista aconteceu em um evento do Memorial da Igreja Matriz de São Gonçalo de Amarante, no Projeto História Oral Pública, no Centro de SG — e trouxe à baila uma incrível explicação. Quer saber?



Estávamos vidrados nas histórias proferidas por aquele arquivo vivo chamado Rujany...


— Sim, queridos, ninguém me contou essa história sobre a construção do cruzeiro do Morro da Coruja. Juro que não. Eu era pequeno, participei ativamente, ajudei a carregar material de obra para construir a tal cruz gigante situada no cimo da pedra (relatou o jornalista).


Pois é, caro leitor, de acordo com a palestra, houve, em 1947, um Congresso Eucarístico Internacional, capitaneado pelo pároco Godofredo Barenco Coelho, de quando se teve a ideia de erigir um monumento em comemoração. O senhor Barenco deu ensejo ao projeto de construir o Cruzeiro do Morro da Coruja nessa ocasião, exatamente na colina atrás da Igreja Matriz. Um mirante bacana que se tornaria depois símbolo da cidade, incrementando a paisagem local do atual bairro Zé Garoto.



Sabe-se que, desse projeto de construção da referida cruz gigante, não faltaram doações de matéria-prima. O comércio local se mostrou engajado — e assim se iniciou a empreitada. De acordo com a explicação de Rujany Martins, a saudosa e icônica professora Estephânia de Carvalho angariou inúmeros saquinhos de armazém e propôs que os seus alunos carregassem como formiguinhas pequenas quantidades de areia, pedra e cimento até o alto da colina. Dessa forma, sem muito esforço das crianças, mas com bastante sabedoria da professora, de grão em grão o papo da galinha se encheu. Quero dizer, de saquinho em saquinho o material de construção chegou até lá em cima. Incrível a perseverança e a boa vontade das pessoas.



Sendo assim, nesse sobe e desce das crianças, o ainda menino Rujany, aos doze anos de idade, também participou ativamente da construção do Cruzeiro do Morro da Coruja, colocando um pouquinho do seu trabalho, e generosamente veio nos manter a par dessa história fabulosa.


Referências:

Erick Bernardes é escritor e professor mestre em Estudos Literários.




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