top of page

Os versos poéticos do hino municipal, por Erick Bernardes


Brasão do Município
Brasão do Município

Quem escuta o hino do nosso município envereda pela poesia mais doce que um artista gonçalense poderia escrever. Isso mesmo, o cidadão entra de chofre no bucolismo poético ao ouvir os versos do Professor Geraldo Pereira Lemos musicados pelo Maestro Joyleno dos Santos.


São Gonçalo tem “igrejas festivas, cujos sinos bimbalham puros sons, bem cristalinos”, de fato não é ficção, isso ainda se pode facilmente presenciar hoje em dia, basta fazer uma visitinha à Igreja Matriz. Eu mesmo ouvi! Já a parte da música que trata da cidade, “fazendo pompa e glória”, conforme a letra da canção, fica difícil extrair verossimilhança disso. Nossa terra tem um lastro de problemas sérios. Contudo, nada como um pouco de poesia no coração do munícipe para pensar em coisa boa e injetar aquele “quê” de otimismo no coração do papa-goiaba.



Ao ouvir o hino gonçalense, algo me chamou a atenção, trata-se de uma quase lição didática — e aqui fica a minha dica ao estudioso da história local, visando concurso público. Sim, antes de encarar os livros, interprete o hino mentalmente e visualize as cenas nostálgicas da nossa geografia. Quero dizer que uma simples estrofe contém informações preciosas. Vejamos:


“Tens usinas com muitas chaminés

Que logo dizem prontas quem tu és;

Oficina onde bate rijo o malho...

Macedo, Palmier, eis o talento,

Estephânia, ó que grande monumento,

Eis homens fortes, prontos ao trabalho...” (LEMOS; SANTOS)



O trecho acima oferece ao leitor (e ouvinte do hino gonçalense) o passado bacana da parte industrial citadina de antigamente. Claro que houve exageros, sim, apelidos sensacionalistas transformando falsamente a cidade crescente na Manchester fluminense. Exagerados dos jornais de outrora, óbvio, proclamaram assim, pois São Gonçalo sempre se revelou sobremaneira rural, a concentração industrial foi miúda em genérica comparação de desenvolvimento por aqui. Porém, equívocos à parte, vale ressaltar, excetuando os exageros e guardadas as devidas proporções, as usinas e chaminés constituíram certa realidade fabril, visto ser indiscutível que faz até parte do brasão municipal.


Pois é, olhe também a bandeira de São Gonçalo, estude a sua simbologia — e ainda de quebra verá como as imagens do Morro do Cruzeiro, os ramos agrícolas representativos do café e da cana-de-açúcar, das figuras de engrenagem e chaminés podem dar de bandeja ao curioso um pouco de história oficial. Sem falar dos preciosos nomes das figuras importantes presentes nos versos da canção: Macedo, Palmier, Estephânia de Carvalho, esta última professora número um da cidade, cuja praça com nome dela é comumente chamada de Zé Garoto. Afirmativo, Praça Estephânia de Carvalho, não confunda o topônimo, questão de concurso público, hein.



Mas para finalizar revelando um cadinho de orgulho em fazer parte deste povo batalhador, replico o último verso da penúltima estrofe do hino de SG: “Eis homens fortes, prontos ao trabalho...” Sem mais.


Obs. Você encontra o hino municipal no site: https://servicos.pmsg.rj.gov.br/simbolos_civicos.php

Erick Bernardes é escritor e professor mestre em Estudos Literários.





POLÍTICA

KOTIDIANO

CULTURA

TENDÊNCIAS
& DEBATES

telegram cor.png
bottom of page