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Palito do Porto: A perfeição da pessoa e da voz, por Oswaldo Mendes


osé Carlos Rodrigues da Costa, o Palito/Foto: Acervo Pessoal
osé Carlos Rodrigues da Costa, o Palito/Foto: Acervo Pessoal

José Carlos Rodrigues da Costa, conhecido no Mundo do Samba como Palito do Porto, nasceu no Porto da Pedra em São Gonçalo, em 27 de fevereiro de 1953.


Sua mãe residia no Porto da Pedra e através dela veio sua veia musical, pois na juventude e adolescência ela gostava de cantar em um pequeno teatro que tinha na atual Rua Abílio José de Matos, Porto da Pedra, teatro que acabou por volta de 1948, próximo a atual quadra do Porto da Pedra, efetivamente na casa onde posteriormente morou o pai do saudoso Serginho Oliveira, ex-presidente da Porto da Pedra. O teatro tinha como responsável o Sr. Manoel Português, relato confirmado por sua própria genitora no ato desta conversa.


O pai de Palito, Egídio – mais conhecido como Nico, adorava escutar os enredos das escolas de samba e assim ia aprendendo todos os sambas. A varanda da casa era um verdadeiro carnaval.


Palito nasceu no terreno ao lado da quadra do Porto da Pedra e se lembra quando cantou pela primeira vez numa apresentação, no Dia das Mães, no Colégio Estadual Nilo Peçanha, na Praça Estephânia da Carvalho, denominada popularmente de Praça de Zé Garoto - nome advindo de um comerciante tradicional da região. A música de José Leão, Flor Mamãe, cantada pelo Palito na escola, foi a escolhida, daí não mais parou de cantar.


Começou a participar de Programas de Calouros que aconteciam nas praças públicas da cidade, onde em modelo parecido com o adotado pelo saudoso Chacrinha na Televisão tinha buzina e trono. Ele sempre era escolhido para o trono. Era o Show de Calouros da Serraria Paraíso, apresentado por Ivo Teresópolis, era frequentador assíduo e por ter ganho diversas vezes foi alçado a um grupo mais seleto de cantores do Ivo Teresópolis, o qual se denominava “Prata da Casa”, que não mais disputava e era só atrações.


Preto Louro – líder comunitário do Salgueiro, em São Gonçalo, que foi assassinado nos anos 1990 na região de Salgueiro, e Martinha também faziam parte do quadro “Prata da Casa”. Se inscreveu para participar do Programa do Chacrinha, passou no teste com o Maestro Herlon Chaves, mas como foi remarcado para outro dia, em função de muitas apresentações, desistiu.


No Bloco Chegou a Hora, no Porto da Pedra ele pediu uma “canja”, termo utilizado entre músicos para que outro colega faça a apresentação da sua obra, e não mais saiu do palco. A primeira parceria de samba foi com o saudoso compositor Nil, onde ficou com a parte do canto, e assim se repetindo por mais uns três sambas com o mesmo compositor que ganhou na região. Começou a pegar o macete de como compor e iniciou dando suas opiniões nas obras, inclusive em função de ter a formação de Professor.


No Unidos do Valéria foi intérprete por cinco anos consecutivos; ganhou por seis anos, consecutivamente, a disputa de samba, participando também como compositor.Foi o seu novo passo nessa área.


No Forró do Sr. Wilton, Forró do Cantinho - como era conhecido pela Comunidade, depois de uma “canja”, Palito foi contratado para participar cantando para os presentes na casa sempre antes das atrações principais, durante muito tempo. Falecido Arão era o dono desse grupo.


Elmo Borges, saudoso Cirley e Foca estavam concorrendo com samba no Acadêmicos da Rainha, isto em 1994, e na mesma época na Viradouro, com o enredo Tereza de Benguela.


Na Viradouro ele participou como apoio de Elmo e no Acadêmicos da Rainha ficou responsável para defender o samba, o qual foi vencedor da disputa, sendo contratado para participar do Carro de Som na Agremiação, onde o intérprete era Ciganerey. Nessas disputas, o Lelego – saudoso Ney e o Lambel foram apoiar o grupo da cidade e se empolgaram, decidindo o retorno com o GRES Porto da Pedra para o carnaval, que sucumbiu anos depois o convite de Paulo de Almeida para desfilar no Rio e com as vitórias, na Sapucaí.


A estreia na Marques de Sapucaí de Palito foi então na Acadêmicos da Rainha, em Apoio do Carro de Som, com Antônio Carlos e outros amigos com o Presidente Zé Antônio. Participou em samba até 2006, inclusive estando como Apoio na Cubango, e em diversas disputas de samba, quando adoeceu nesse ano e se afastou do samba.


Retornou ao samba na Porto da Pedra, isto em 2012, por convite do então presidente Fábio Montibello. O intérprete era Ivo Viana, filho do Ney Viana, Com a saída do Ivo assumiu o carro do som Anderson Paes.


Aloísio dos Santos, Nil – Nilton Machado, Cirley, Mario Foca, Jorge Galocha e Aluísio Melodia eram seus principais parceiros de samba. Na Cubango consta na parceria de 2003, quando também foi intérprete da agremiação.


O Sargento Irineu – Tamborete, morador do Porto da Pedra, tocava na banda de João Batista Viana, então presidente da Ordem dos Músicos, fez um teste no Tamoio e não mais parou. Banda do matos, no Mauá, Banda do Zé Garoto e muitas outras. Por mais de oito anos com Viana. Passou a ser conhecido no meio e todo ano ia para Niterói, na Coronel Gomes Machado, no Ponto do Músico, onde era certo ser contratado. Até os dias atuais recebe sempre convites. Defender samba, pré-carnavalesco ou Reveillon sempre aparece.


Em Nova cidade, há muitos anos atrás, jogando bola, ganhou o apelido de Palito em função do seu porte físico, isto por Carlos Jiboia.


Se algum dia tudo passar, pretende retornar ao GRES Sossego com Huguinho, que participou da Ala das Crianças no Porto da Pedra. Cita Palito que a palavra Porto foi adicionada ao seu nome artístico depois da Escola de Samba Porto da Pedra, num desfile onde o Paulo Stein, da antiga Tv Manchete fez um pequeno relato sobre a agremiação e também de Serginho do Porto, que estava na Unidos da Ponte e correlacionou um ao outro. Assim ficou como Palito do Porto.


Amante do GRES Acadêmicos do Salgueiro, devido ao contato que tinha, pois a escola ficava muito próxima ao seu trabalho; porém, sua paixão, verdadeiramente maior, é a Porto da Pedra, a qual conhece bem sua história desde a agremiação, com o time do Santos, da antiga escola, a parada, o Império do Porto da Pedra, o retorno da GRES Porto da Pedra com Lelego e Lambel. Relembra ainda a questão do Cristo do Porto da Pedra e Pelé e outros.


Palito repassou diversas fotos da Agremiação Porto da Pedra, as quais são do arquivo pessoal de Pedro Cabrinha - um grande conhecedor das histórias da Porto da Pedra.


Contou, Palito, sobre as alegorias do Porto da Pedra que foram levadas, no carnaval, para o Rio, pela Ponte Rio-Niterói, com muita ajuda de Pelé, que, posteriormente, foi presidente da GRES Cubango.


Esse é o grande Palito com suas histórias e experiências.

Oswaldo Mendes é engenheiro.




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