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População entra em lixão no Amazonas em busca de frango estragado

A miséria e fome que assola o país levam famílias a desenterram do lixo frango impróprio para consumo


Foto: Reprodução/Prefeitura de Humaitá
Foto: Reprodução/Prefeitura de Humaitá

Revista Fórum - Além de ossos e carcaças de animais, famílias famintas agora buscam também por frango estragado para se alimentar em meio à miséria que assola o país governado por Jair Bolsonaro (PL). Nesta quarta (12), parte da população de Humaitá, cidade 590 km de Manaus (AM), entraram no lixão municipal para desenterrar frango impróprio para consumo que foi apreendido e descartado pela prefeitura.


A apreensão ocorreu na noite de segunda (10). Segundo a Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Estado do Amazonas (Adaf), fiscais flagraram um caminhão transportando 5 toneladas de frango sem refrigeração e sem nota fiscal, e o material apresentava “grave risco à saúde“.



Nislene Molina, coordenadora da Unidade Local de Sanidade Animal e Vegetal (Ulsav) de Humaitá, informou que carga havia saído de Rondônia e tinha como destino o município de Canutama, no Amazonas.


“Os fiscais da Barreira de Vigilância Agropecuária abordaram o caminhão-baú e constataram que o veículo transportava 5.080 quilos de frango sem refrigeração e sem nota fiscal. O material foi apreendido para posterior destruição, visto que o produto estava impróprio para consumo”, disse Nislene.


A prefeitura de Humaitá, então, enterrou as 5 toneladas de frango no lixão municipal. Parte da população, ao saber da notícia, foi até o local em busca do alimento com pás para cavar e sacolas. Não havia nenhum fiscal da administração municipal no lixão para orientar as pessoas sobre o risco de consumir o frango.




A prefeitura de Humaitá, então, enterrou as 5 toneladas de frango no lixão municipal. Parte da população, ao saber da notícia, foi até o local em busca do alimento com pás para cavar e sacolas. Não havia nenhum fiscal da administração


Assista o vídeo que mostram famílias buscando por frango estragado no lixão


A fome no Brasil já atinge 26% da população. Segundo pesquisa Datafolha divulgada pela “Folha de S. Paulo”, 37% daqueles que tem renda mensal de até dois salários mínimos afirmam que a quantidade de comida em casa não foi suficiente para alimentar suas famílias nos últimos meses.


Entre as pessoas que estão desempregadas, mas à procura de emprego, 45% dizem passar fome. Já entre os que desistiram de encontrar uma ocupação, o percentual é de 34%.

O patamar mais elevado de pessoas afetadas pela falta de comida é encontrado no Nordeste (35%). Nas demais regiões do país, varia de 21% a 25%.


O levantamento também mostra que 15% dos brasileiros deixaram de fazer alguma refeição nos últimos meses por não ter comida em casa. O número sobe para 23% entre as famílias com renda mensal de até dois salários mínimos. Nas demais faixas, varia de 3% a 6%.


Além disso, 17% e 15% são pardos e pretos, respectivamente, enquanto 11% são brancos. A percepção de que a população não tem o que comer também aumentou. 89% dos entrevistados afirmam que, no período de pandemia, cresceu o número de pessoas que passam fome no Brasil.

 

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