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Pra valer: Niterói reserva 20% das vagas em concurso para negros e pardos

Ficam reservadas, por lei sancionada ontem (30),  20% das vagas de cargos efetivos e empregos públicos da Administração direta e indireta

Rodrigo Neves e representantes da sociedade civil/Foto: Berg Silva
Rodrigo Neves e representantes da sociedade civil/Foto: Berg Silva

O prefeito de Niterói, Rodrigo Neves, sancionou, nesta quinta-feira (30), em solenidade no Solar do Jambeiro, no Ingá, a lei que regulamenta as cotas para candidatos negros e pardos nos concursos públicos realizados pelo Município. A Câmara de Vereadores aprovou, no dia 6 de julho, o Projeto de Lei que determina a reserva das vagas. A medida está prevista no Estatuto Municipal de Igualdade Racial (Lei 3010 de 2014).


O prefeito Rodrigo Neves ressaltou que a nova lei é mais um passo fundamental para a redução de desigualdades históricas.


- Niterói é a primeira cidade do estado a ter um Estatuto da Igualdade Racial, uma lei municipal com um conjunto de diretrizes para a promoção da igualdade racial. A lei que eu sanciono hoje regulamenta um artigo deste estatuto sobre as cotas para concursos públicos em Niterói. É uma grande conquista para a cidade. É preciso implementar políticas afirmativas, sejam de transferência de renda, sejam de cotas raciais, para reduzir as desigualdades na nossa cidade. Acredito que essa legislação dá uma contribuição extraordinária para construirmos uma Niterói com mais oportunidades para todos.


De acordo com a lei, ficam reservadas aos negros e pardos 20% das vagas oferecidas nos concursos públicos em cargos efetivos e empregos públicos no Poder Executivo do Município de Niterói e em entidades da Administração Indireta. A reserva de vagas será aplicada sempre que o número de vagas oferecidas no concurso público for igual ou superior a três. A Lei entra em vigor na data de sua publicação, não se aplicando aos editais de concurso já publicados.

A subsecretária da Coordenadoria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Ceppir), Celecina Rodrigues, falou da felicidade de morar em um município onde o negro tem espaço e voz na luta por políticas afirmativas.


- É um momento de festejar, pois é um orgulho viver em um município como Niterói, que escreve hoje um capítulo tão lindo em sua história. E é emocionante que o povo negro tenha uma notícia tão importante como essa em um momento tão difícil, enquanto enfrentamos essa pandemia. Vamos celebrar essa vitória, mas a luta continua - afirmou Celecina.


- Faço parte do movimento negro há mais de 20 anos. Eu entendo que é uma luta de todos, não é uma luta do branco, do preto ou do pardo, nem da direita, nem da esquerda. Temos que nos unir para acabar com o racismo e a discriminação. Hoje é um dia de festa para comemorarmos essa vitória que é do Executivo, da Câmara e dos movimentos sociais. Estamos evoluindo: já temos as cotas, as delegacias especializadas e os serviços de atendimento. Então minha palavra é uma palavra de otimismo, esperança, de confiança - disse o juiz federal William Douglas.


A coordenadora-geral do Fórum Municipal de Mulheres Negras, Ana Cristina Duarte, lembrou dos colegas de movimentos sociais que lutaram pela implementação da lei de cotas em Niterói.


- Nesse momento, de pandemia, onde a nossa população preta e pobre é que mais sofre, vemos que a situação em Niterói é diferente, por causa de programas como o Renda Básica Temporária e a distribuição de cestas básicas, que deram dignidade para os niteroienses. E o programa de cotas no serviço público será mais uma oportunidade para criarmos justiça social e reduzir as desigualdades na nossa cidade.


- Eu não vou conseguir expressar em palavras tudo que estou sentindo neste momento. Mas digo uma coisa: essa lei vai ser um marco para o negro e para a cidade de Niterói - afirmou o representante da OAB-Niterói, Sérgio Fernandes.     


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