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São Gonçalo e seus ícones literários, por Erick Bernardes


Foto: Acervo Biblioteca IBGE
Foto: Acervo Biblioteca IBGE

O que é hoje o município de São Gonçalo de Amarante constituiu outrora um lugar sobretudo rural, com algumas concentrações industriais que o levaram a ser apelidado de Manchester Fluminense. De lá para cá, São Gonçalo não parou de produzir artistas e dos quais selecionamos alguns para uma breve homenagem. Estes são alguns nomes que nasceram ou passaram por aqui e marcaram o município ao longo da história:


ALBERTO JOSÉ DE PAULA SILVA (Nascido em 1865). Foi Pintor, jornalista, professor e poeta. Aprendeu também as artes plásticas com Ari Parreiras e é “patrono da 1ª. Academia Fluminense de Letras. Fundador do Jornal ‘A Cidade do Rio’ juntamente com José do Patrocínio, Quintino Bocaiúva e Alcindo Guanabara”, ele se mostrou um incansável pela Proclamação da República.


PACHECO JÚNIOR foi Filólogo, Gramático e Professor. Embora se considerasse um gonçalense de corpo e alma, Manuel Pacheco da Silva Júnior nasceu no Rio de Janeiro em 1842 e foi um dos escritores pioneiros de São Gonçalo.


LUZ DEL FUEGO (DORA VIVACQUA) Nasceu no Espírito Santo. Escritora, feminista, dançarina e atriz, pioneira do naturismo no Brasil e figura polêmica por ter adquirido a Ilha do Sol, em São Gonçalo, e transformado em um resort naturista.


Muitos artistas estiveram no que se chamou O PALACETE DO MIMI. Sim, esse palacete foi um espaço gonçalense onde frequentaram artistas muitíssimo importantes, um marco para a região de São Gonçalo. Foi erigido entre 1917 e 1925. Recebeu nos seus salões artistas modernistas como: Tarsila do Amaral, Carlos Drummond, Oswald e Mário de Andrade, Vila Lobos, Graça Aranha, dentre tantos outros artistas importantes. Inegável reconhecer a importância de São Gonçalo no cenário cultural naqueles tempos.


São Gonçalo hoje conta com excelentes escritores como: Oton São Paio, Zé Salvador, Helter Barcellos, Décio Machado, Mario Lima Jr., Rachel Santo Antonio, Fabio Rodrigo, Gilvan Carneiro, dentre outros. Há ainda os fundadores do movimento tavernista: Rômulo Narducci, Rodrigo Santos, Pakkato, por exemplo – movimento este que, vez ou outra, está de volta com toda sua elegância em algum evento especial. Sobre ativismo cultural, quem se firmou - já vai lá um bom tempo - foi o gonçalense João Luiz de Souza, o nosso João do Corujão, e o tradicional Corujão da Poesia – Universo da Leitura. O evento institucional Corujão da Poesia, comandado por João Luiz, constituiu sarau literário durante as madrugadas gonçalenses e reuniu artistas ao menos três vezes por semana (e ainda mantém atividades nas demais regiões fluminenses). Há também a galera do Diário da Poesia, grupo liderado pelo poeta Renato Cardoso, segundo o qual produz e divulga a poesia e é composto por mais de 60 artistas do mais alto nível. Responsável por recitais, concursos literários, premiações e publicações de livros e jornais, visitas a escolas e apresentações itinerantes gratuitas em lugares diversos, o pessoal do Diário deu uma pausa nas atividades, e a comunidade se mostra ansiosa com o seu retorno.


Em meio ao fervedouro cultural que existe na cidade, contamos com o Sarau Cultural sob a batuta de Bárbara Rodrigues e o Sarau Sintonia Cultural, evento liderado pela poetisa Ligia Carvalho e cia, onde se respira arte e cultura. Impensável também não citar o grupo dos Escritores Vivos, no Bistrô D'Avó, coordenado pela escritora Yonara Costa e a empresária Jandira Magno, onde frequentam artistas das mais diversas vertentes. Referência necessária também sobre os movimentos culturais gonçalenses é a FLISGO, Festival Literário de São Gonçalo, sob o comando do ativista sociocultural Alberto Rodrigues e equipe, o festival já foi sucesso absoluto no ano passado e promete muito mais novidades este ano. Além, é claro, da FISG, Feira Integrada de São Gonçalo, movimento organizado pela sociedade civil do município, no qual conjugou inúmeros artistas de todas as vertentes e pretende ir além.


Enfim, são muitos os ícones na nossa São Gonçalo e, embora saibamos da impossibilidade de referir a todos eles nessa apresentação, encerremos, por enquanto, esta pequena matéria sobre as personalidades literárias, que sejam papa-goiabas de nascimento ou tenham deixado na cidade algum legado. E aguarde (para o próximo domingo) o primeiro artista abordado: Alberto José de Paula Silva (XIX), na série São Gonçalo e seus ícones literários.


Obs.: Em tempos de concursos públicos, você não vai querer não saber um pouco mais da história dos artistas de São Gonçalo, não é?


Erick Bernardes é escritor e professor mestre em Estudos Literários.



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