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Sai, desgraça! Por Helcio Albano


Aquele que ainda ocupa a presidência da república. Que não trabalha. Que não faz nada que preste e que só aporrinha, nos infernizou por mais de um mês com a ladainha de “voto impresso auditável” para ver a proposta, nele encarnada, ser derrotada na Câmara dos Deputados na noite de terça, 10 de agosto. Com centrão, com tudo.



Dos 308 votos necessários para fazer a PEC avançar, apenas 229 cederam aos caprichos da besta; 218 disseram não, 63 se ausentaram do festim e um, o Aecio, se absteve.


De nada adiantou o excrementíssimo recorrer à venalidade de seus pares de alcova, que já nos custa impressionantes R$ 67 bilhões em ousadia mercantil em nome de emendas e tratoraços que fazem corar até os preceptores da escola cabralina de rapinagem. Gangsterismo puro, vulgar, a la Rio das Pedras, conforme relatório divulgado nesta semana pelo Tribunal de Contas da União (TCU).



E não adiantou também ao sacripanta promover o desfile dos cacarecos blindados na esplanada dos ministérios como forma de intimidar os brasileiros e principalmente os parlamentares horas antes da votação.


O máximo que conseguiu foi enxovalhar ainda mais o Brasil e fazê-lo afundar em chacotas mundo afora, em memes ou manchetes de jornal desmoralizantes que fazem o cu cair da bunda de tanta vergonha. Juntamente às Forças Armadas Brasileiras, Exército à frente, humilhadas, reféns de um generalato vil, ganancioso e fanfarrão. Que, oxalá, um dia há de responder por essa tragédia.



Mas o estorvo que nos governa não vai parar. Para ele vitória ou derrota tem o mesmo propósito: escarnecer o inimigo. Todo dia a desgraça estará a postos no cercadinho pra dizer as merdas de sempre pra gente repercutir o aborrecimento que adoece e nos induz entregar os pontos. Esse é o papel e a missão dados a ele.


Tem dado certo.



Tudo que importa pra banca (ferrar trabalhador e meio ambiente, entregar patrimônio público etc.) tem passado como boiada na Câmara enquanto soltamos notas de repúdio e avançamos raivosos contra moinhos de vento no Twitter.


Talvez o que nos resta seja irmos de peito aberto ao famigerado cercadinho, e gritarmos bem alto com a força moral que nos permite o ato: TEJE PRESO, CANALHA!


Plus

Da votação da tal PEC 135 do voto impresso auditável, algumas considerações:


1. O Centrão não derruba o coisa ruim num impeachment com os 229 votos dados na votação de terça. A certeza do jumento na sombra ainda é maior quando sabemos que as 63 ausências foi pra garantir o velório do Bozo com caixão aberto;



2. Pelo desenho político da Câmara após a votação de terça, ficou escancarado que o compromisso do Centrão + PSDB, MDB, DEM é única e exclusivamente com a pauta do mercado financeiro e do rentismo, com reformas anti-estado e anti-trabalho.


3. As pautas do bozoquistão são puro diversionismo kicis-zambeliano, cortina de fumaça para passar batido o interesse da banca e aprofundar o golpe que, bobinho, já foi dado.


E o CQD disso dito acima é o posicionamento do deputado federal itagonçalense Altineu Cortes (PL). Na votação dos Correios votou com a banca pela privatização, e no voto impresso, pauta do Bozo, votou contra.


Bônus

O "trio parada dura" de oposição ao governo Nelson Ruas (PL) jogou duro na sessão de quarta (11) na Câmara, quando a Mesa Diretora botou pra votar os vetos do prefeito às emendas dos parlamentares à Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2022.


Quebrando uma pasmaceira de décadas, quando um acordo tácito de cavalheiros fazia a oposição "entubar" os vetos "copia e cola" do executivo, permitindo sua manutenção a partir de votação em bloco das proposições individuais dos vereadores. Dessa vez, não.



Com o regimento da casa legislativa embaixo do braço, os vereadores Prof. Josemar (PSOL), Priscilla Canedo (PT) e Romario Regis (PCdoB) decidiram comentar cada um dos 151 vetos dados pelo capitão reformado. O que poderia levar a sessão madrugada a dentro até o dia seguinte. E assim seria feito.


A atitude do trio deixou em desespero o presidente da Câmara, Lecinho Bredas (MDB) e a liderança do governo, Cici Maldonado (PL) e Alexandre Gomes (PV) que nada puderam fazer. E, se o fizessem, seria judicializado. Já que contestar os vetos do executivo é direito e prerrogativa parlamentar de acordo com regramento legislativo, mas que sempre passou batido.



Após um acordo, e mais de 7 horas depois, a sessão terminou à meia-noite e meia com o fim da análise dos vetos dados às proposições do vereador Romario Regis.


É a primeira vez que a oposição consegue pautar uma Câmara majoritariamente governista e por tanto tempo.


A rapaziada não tá de bobeira.

Helcio Albano é jornalista e editor-chefe do Jornal Daki.










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