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São Gonçalo como objeto de colecionismo: Chaveiros, por Rui A. Fernandes


A maioria das pessoas possui um chaveiro. Tornou-se um objeto de recordação, seja pelas “lembrancinhas” escolares ou dos vendedores dos circos itinerantes, seja como souvenir turístico.


O mais antigo exemplar de um chaveiro já encontrado data de 1700 a. C. Trata-se de um ouriço preso a uma corda que foi encontrado em Memphite, no Egito, e hoje encontra-se no Metropolitan Museum, em Nova York. Os Celtas, por volta de 600 a. C., guardavam os pés dos coelhos, por considerá-los como objetos que traziam sorte, e os amarravam junto com suas chaves.


Os chaveiros, como objetos com design próprio, foram apresentados ao público, em 1893, na World Columbia Exposition, em Chicago, EUA. Nos anos 1920, ganharam popularidade como souvenir, quando foram lançados na festa do Centenário do Sino da Liberdade, na Filadélfia.

Na década de 1950, as concessionárias automobilísticas passaram a presentear os clientes, transformando-os em uma estratégia publicitária. A partir daí, empresas de variados ramos passaram a confeccionar chaveiros e distribuir aos seus clientes como forma de divulgação de suas marcas.

Entre as décadas de 1970 e 1980 surgiram os chaveiros multifuncionais, agregando variados objetos em pequena escala: tesouras, canivetes, lanternas, fita métrica etc.


Os chaveiros acompanharam as tendências de utilização de materiais que foram surgindo ao longo do século XX. Inicialmente feitos em madeira e metal, passaram a utilizar o plástico, o acrílico e o MDF, que baratearam os custos de produção e permitiram abrigar sistemas de informação em seu interior.


São Gonçalo acompanha esse movimento. Localizamos um chaveiro comemorativo do primeiro lustro de existência do Colégio Municipal Presidente Castello Branco. Peça interessante que estampa o brasão municipal em uma das faces. Enquanto na outra, exibe as informações do colégio e a data. O chaveiro comemorativo dos 30 anos da SEG (1950/1980) é interessante, pois regista que a Sociedade Expansionista Gonçalense, nestes 30 anos, torna-se um conglomerado empresarial, listando, na outra face do chaveiro, no “Grupo SEG”: SEG, Sociedade Agro Pecuária Ltda, Cerâmica Itambí LTDA e a LUAD Frutas e Legumes Ltda.

Chaveiros de publicidade comercial temos de uma empresa de construção, Desmontex, sediado no Rodo de São Gonçalo; do Posto Alcântara, e da Fundição HIME, empreendimentos já extintos. Por outro lado, temos também um chaveiro da publicidade política de uma das campanhas de Osmar Leitão Rosa para deputado federal.

Esses simples objetos também chamados de porta chaves nos trazem dados importantes sobre as estratégias de marketing comercial e político adotados pelas empresas, instituições e políticos locais, ao longo do século XX.


Bibliografia:


Chaveiro do Colégio Municipal Presidente Castelo Branco. 1975. Acervo Pessoal.



Chaveiro 30 anos da SEG. 1980. Acervo Pessoal.


Chaveiros da Desmontex, Posto Alcântara e Fundição Hime. S/d. Acervo Pessoal.


Chaveiro de campanha de Osmar Leitão Rosa. S/d. Acervo Pessoal.



Rui Aniceto Fernandes é professor de História do Departamento de Ciências Humanas (DCH) da Faculdade de Formação de Professores (FFP-UERJ).




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