Teatro gonçalense recebe autorização dos Bombeiros para funcionar
Governo Nelson Ruas diz que agora vai, depois de duas inaugurações fake. Secretaria deve usar equipamento para fazer eventos online
Cláudio Figueiras
O Corpo de Bombeiros forneceu, nesta segunda (15), à Prefeitura de São Gonçalo, o Certificado de Aprovação Assistido para o funcionamento regular do Teatro Municipal Gonçalense - George Savalla Gomes, homenagem ao eterno Palhaço Carequinha.
O documento, fornecido após realização de adequações estruturais pela Prefeitura a pedido do Corpo de Bombeiros, era o único que faltava para que o equipamento possa, enfim, receber espetáculos e atividades culturais depois de cinco anos fechado com obra finalizada.
- Menos de três meses após o início de nosso governo, estamos realmente entregando o Teatro Municipal de São Gonçalo à população. O teatro já foi inaugurado duas vezes pelas gestões anteriores, mas nunca pôde funcionar. Hoje, com a autorização do Corpo de Bombeiros, podemos abrir as portas do nosso teatro - disse o prefeito Nelson Ruas (PL).
O prefeito esteve no Teatro para o recebimento simbólico do Certificado dos Bombeiros acompanhado do filho e secretário de Integração, Douglas Ruas, do secretário de Turismo e Cultura, Lucas Muniz (PP) e do subsecretário de Defesa Civil, Fernando Rodrigues.
Devido à pandemia, toda a programação do teatro será inicialmente online.
Estrutura
Com sua construção finalizada no final de 2016, o teatro conta com 240 lugares, divididos entre plateia e mezanino e oferece toda estrutura para realização de apresentações e peças teatrais. O prédio possui equipamentos modernos de iluminação e sonorização, cênicos e de acústica, além de camarins, banheiros, cabine de som e salas de apoio e para a administração.
Polêmicas
O teatro, batizado de George Savalla Gomes e apelidado de "Teatro MINIcipal" pelo escritor gonçalense Rodrigo Santos, foi orçado em R$ 13,6 milhões e sempre gerou polêmica já no combalido governo Neilton Mulim, que desistiu de fazer uma inauguração fake do equipamento em dezembro de 2016 com medo dos protestos de artistas e servidores enfurecidos, que já amargavam três meses sem salários.
As obras foram financiadas pelo Banco Itaú, que venceu licitação para continuar a administrar a folha de pagamento da prefeitura por 10 anos. Especulava-se à época que com o valor pago pelo banco daria para construir sete equipamentos com a mesma capacidade, e não é conta de mentiroso.
A inércia do governo Nanci, que veio após o caótico Mulim, não levou o projeto à frente. Alegava-se falta de recursos e pendências contratuais com a construtora responsável pela obra, o que emperrava e postergava a abertura do teatro, reivindicação histórica da classe artística da cidade.
Em agosto do ano passado, numa cerimônia que envolveu o prefeito e a primeira-dama, Eliane Gabriel, foi realizada a entrega das chaves do Teatro ao então secretário de Cultura, Carlos Ney, que chegou a anunciar sua inauguração que, de fato, nunca aconteceu.
Por causa da pandemia, o Teatro jamais foi aberto ao público.