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Teatro Municipal inaugurado. E agora? Por Helcio Albano


Prefeito Nelson Ruas descerra a placa de inauguração/Foto: Divulgação
Prefeito Nelson Ruas descerra a placa de inauguração/Foto: Divulgação

Ontem, 1º de Setembro do Ano da Graça do Nosso Senhor de 2021, o Teatro Municipal Gonçalense foi de facto inaugurado. E coube à prestigiosa e competente Orquestra Municipal, em noite pra lá de concorrida, fazer a seminal apresentação no tão desejado, polêmico e milionário equipamento construído em 2016 e desde então fechado ao público.


O Teatro tem estrutura moderna, mas é de porte pequeno. E foi erguido com R$ 13,6 milhões de um rolo do ex-prefeito Mulim com o Itaú, numa operação suspeita e até hoje mal explicada que envolveu a folha salarial dos funcionários da Prefeitura, que continuou nas mãos do banco.



O mordaz escritor Rodrigo Santos, em artigo publicado na versão online do extinto Nosso Jornal, também em 2016, o tornaria célebre como “Teatro MInicipal”, devido à sua capacidade para apenas 240 espectadores. Disse o bardo na ocasião:


"Quase 14 MILHÕES para construir uma sala MENOR que o Teatro Carequinha (em Neves) e chamar de 'teatro municipal”.


Pano rápido!


O prefeito Nelson Ruas, vereador da base do Mulim à época, não quis saber de nada disso. Ele e seu staff colhem felizes os frutos políticos de um evento que gerou mais mobilização e engajamento positivo ao governo nas redes sociais do que - veja você! - o oba-oba da cerimônia de entrega do cheque de R$ 1 bilhão, com governador e tudo, realizada uma semana antes na Praia das Pedrinhas.



Quem diria que o marketing da Cultura venceria o do Asfalto em São Gonçalo, num é mesmo?


O que ainda está em aberto, porém, e sem solução à vista, é o que será feito com esse equipamento recém-inaugurado. Que concepção de uso do Teatro sairá vitoriosa e, enfim adotada, sabendo a Secretaria e Fundação que temos?


O que o governo vai fazer?


1. Apostar numa gestão pública a partir da contratação de servidores via concurso.

2. Terceirizar a gestão, via concessão, para uma empresa privada com experiência na área.

3. Unir as duas ideias e fazer uma gestão mista.

4. Nenhuma das anteriores! Vai manter o amadorismo da gestão e lotear o teatro para eventos no varejo de acordo com o freguês.


Opine.



Plus

O prefeito Nelson Ruas orientou secretários e demais subordinados do governo para que usassem o termo "abertura" do Teatro, em vez de "inauguração". É que o ex-capitão credita única e exclusivamente a existência do teatro ao amigo Neilton Mulim. Faz sentido.


Mas isso não o impediu que, na cerimônia de ontem, descerrasse uma placa de inauguração pra chamar de sua.



A placa comemorativa contém seu famoso nome político: Capitão Nelson. Restando aí a dúvida se isso transgride ou não o estatuto dos militares, na lei 6.880/80, que proíbe o uso de designação hierárquica militar em cargos civis, muito menos em assinaturas de monumentos ou documentos oficiais.


A placa agora segue afixada em uma das paredes no hall de entrada do Teatro. Ao lado de mais duas outras placas, uma do Mulim, outra do Nanci, que também fizeram pra si inaugurações distintas.


Foto: Na Rua Jornalismo
Foto: Na Rua Jornalismo



Bônus

A justiça quebrou o sigilo de um dos picaretas ladrão de vacina e quem ela acha como parça do bandido?


Ele mesmo. O "04", aquele com cara de Dick Vigarista que foi morar com a mãe ex-mulher do espantalho numa mansão em Brasília.


Rapaz, que família.


Bônus Track

Que tal o Teatro Municipal ter o nome de Teatro Municipal Gonçalense apenas? Já existe, merecidamente, muitas homenagens ao nosso eterno Carequinha na cidade.


Destruiômetro

O governo do coisa ruim e a milicada, empresários irresponsáveis e os débeis mentais de sempre, organizam com dinheiro grosso atos de afronta à nossa paciência no da 07 de setembro para destruir de vez nossa democracia.


Respire fundo. Não revide. Vai passar.

Helcio Albano é jornalista e editor-chefe do Jornal Daki.








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