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Você conhece as Mulheres do Salgueiro? Por Karla Amaral



Foto: Reprodução Facebook
Foto: Reprodução Facebook

A minha dissertação de mestrado em Política Social na Universidade Federal Fluminense teve como objeto de pesquisa as reflexões das vozes femininas que fazem a prática solidária acontecerem no empreendimento econômico solidário em São Gonçalo, suas histórias de vida, memórias individuais, envolvimento com o trabalho e sua vinculação com a comunidade. E hoje apresento para vocês o Empreendimento de Economia Solidária ‘Mulheres do Salgueiro’ pela ótica da minha pesquisa, mas aconselho a você conhecer o trabalho que elas realizam naquele território.



Mulheres do Salgueiro é um Empreendimento de Economia Solidária (EES) e foi fundado em 2006, com objetivo de garantir renda para as mulheres que trabalhavam no lixão desativado do bairro de Itaoca/SG. O coletivo se organiza de forma autogestionária e segue outros princípios da Economia Solidária. Os objetivos do coletivo são buscar autonomia financeira para as cooperadas e promover desenvolvimento local no bairro, além de profissionalizar outras mulheres com cursos de costura. As mulheres que atuam nesta iniciativa desenham e produzem peças de artesanato com material reciclado e seus produtos são encomendados por empresas privadas e pelo setor público.


E o que é Economia Solidária? A Economia Solidária é um movimento social de resistência frente ao capitalismo. A Economia Solidária se fundamenta na cooperação entre seus membros e não na competição entre eles. Numa sociedade com fortes influências do lado mais perverso do capitalismo - o neoliberalismo - é difícil pensar numa sociedade e numa economia que seja solidária ao invés de competitiva, mas é possível e esse ideal deve ser perseguido por todos que acreditam numa sociedade justa e igualitária.



A Economia Solidária para as mulheres, sobretudo para as mais pobres, tem se apresentado apesar dos entraves encontrados pelas trabalhadoras, como oportunidade para o redesenho de suas vidas, possibilidade de busca de autonomia financeira, reafirmação do seu lugar de mulher no mundo do trabalho e forma de organização coletiva entre outras mulheres no espaço comunitário.


Conheçam o EES Mulheres do Salgueiro e também outros projetos daquele território. Apoiem iniciativas como estas no nosso município. O Salgueiro tem potência, tem mulheres que lutam diariamente pela transformação da realidade local. Enquanto o Estado entra no Salgueiro para matar, a população de lá luta e resiste diariamente para ter vida e dignidade. Vida longa ao Mulheres do Salgueiro e a todas as mulheres e homens do Salgueiro.

Karla Amaral é psicóloga e escreve para o Daki aos domingos.



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