Prefeitura de São Gonçalo faz contrato de R$ 11 milhões para compra de latas de leites
O valor pela compra das latas de leites é quatro vezes mais caro do que o valor de mercado

A prefeitura de São Gonçalo fez uma compra de R$ 11 milhões em latas de fórmulas de leite infantil com uma empresa. Cada lata custou cerca de R$ 190, quatro vezes mais do que o valor encontrado em farmácias, mercados e até na internet.
Ao todo, foram R$ 11 milhões em quase 60 mil latas da fórmula - que beneficiaria crianças das creches municipais.
O produto é destinado a crianças de 1 a 3 anos, e alimentaria 1.335 alunos. Com a compra, daria para cada um deles receber 45 latas em um ano.
“Esses produtos são inadequados para crianças maiores de um ano. Não devem ser usados”, afirma o pediatra, sanitarista e médico do Instituto de Saúde Coletiva da UFRJ Daniel Becker.
"Obviamente tá exagerado. Porque se uma criança tomar dois copos ou duas mamadeiras por dia já é muito. Não é necessário”, completa ele.
Além disso, a sede do empreendimento contratado para o fornecimento está abandonada.
Onde deveria funcionar a All Food já foi uma mercearia, uma academia de ginástica e até uma igreja, mas agora o prédio tem um letreiro quase caindo e tudo pichado. O dono não é possível encontrar no local.
O RJ1 apurou que a prefeitura tem vários contratos milionários com a All Food.
No entanto, Wesley Malafaia Almeida figura como um dos responsáveis pela empresa. Ele está no ranking de maiores devedores de impostos do Rio de Janeiro.
Em agosto, ele tinha três certidões de dívida ativa. O valor chega a R$ 233 mil.
Os impostos não foram quitados, mas parte dos contratos firmados com a prefeitura sim. Já foi tirado R$ 1 milhão dos cofres públicos.
A prefeitura de São Gonçalo disse que tomou conhecimento de um erro na cotação dos itens, mas não explicou que erro teria sido. Em nota, disse que suspendeu os pedidos e abriu uma sindicância para apurar o caso.
Segundo eles, a quantidade do contrato é o máximo que pode ser comprado, e não de fato a quantidade adquirida.
O TCE e o MP foram procurados para informar se sabiam do contrato, mas não deram retorno.
*Com informações G1
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