Proibição de celular na escola é bem-vinda, mas não é suficiente
Escola também deve discutir desafios relacionados a novas tecnologias

No início do ano letivo de 2025, a Lei nº 15.100/2025 entrou em vigor, proibindo o uso de aparelhos eletrônicos portáteis pessoais durante as aulas, recreio ou intervalos para todos os estudantes da educação básica no Brasil. A medida afetou a vida escolar de cerca de 47 milhões de estudantes, promovendo significativas mudanças no comportamento e na interação social.
Danilo Cabral, estudante do 2º ano do ensino médio, observou que a lei exigia uma adaptação no modo de comunicar com seus pais durante o dia escolar. Entretanto, ele e outros alunos perceberam benefícios, como o aumento da atenção nas aulas e maior interação social durante os intervalos.
Professores, como Victor Maciel, relataram melhorias no engajamento dos alunos, que agora, sem a distração dos celulares, fazem mais perguntas e mostram maior interesse no conteúdo das aulas. A coordenadora Patrícia Belezia mencionou que, anteriormente, alguns alunos foram flagrados utilizando celulares para jogos de apostas, o que destacava a necessidade da regulamentação.
Dulcineia Marques, sócia fundadora do Colégio Galois, considerou a lei um "presentão", pois ajuda a evitar a desigualdade social que pode ser manifestada pelos diferentes modelos de celulares e pacotes de dados entre os alunos. Ela argumentou que a proibição dos celulares reforça o propósito de uniformizar a experiência escolar para todos os alunos, independentemente do poder aquisitivo.
A implementação da lei também foi bem recebida em escolas públicas, como o Centro Educacional n° 11 em Ceilândia, onde o diretor Francisco Gadelha inicialmente tinha reservas, mas logo observou benefícios comportamentais, como a redução de brigas e bullying. A escola adotou um projeto pedagógico baseado no livro "A geração ansiosa", do psicólogo social Jonathan Haidt, para explorar os impactos da hiperconexão na saúde mental dos jovens.
Especialistas, como Luiz Fernando Dimarzio, discutiram a necessidade de um uso consciente da tecnologia, sugerindo momentos específicos para o uso de aparelhos eletrônicos com fins pedagógicos. Victor Freitas Vicente, do Instituto Felipe Neto, enfatizou a importância de preparar os alunos para os desafios das tecnologias digitais, enquanto Thessa Guimarães, do Conselho Regional de Psicologia do DF, destacou a necessidade de regulamentação das redes sociais e o apoio a crianças e adolescentes para lidar com a ausência dos celulares.
De Agência Brasil. Você pode ler a íntegra aqui.
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