Recusa do Ministério da Agricultura em incorporar redução de agrotóxicos causa indignação entre movimentos populares
Em reunião do Conselho Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (CNAPO), realizada na tarde desta quinta-feira (18), no Palácio do Planalto, movimentos populares e entidades de agroecologia questionaram a prioridade do governo em relação à produção de alimentos saudáveis.
As críticas ocorrem após mais um adiamento do anúncio do Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Planapo), que tinha lançamento marcado para esta quinta. A cerimônia foi suspensa devido à negativa do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) em aceitar a incorporação do Programa Nacional de Redução de Agrotóxicos (Pronara) no escopo do Planapo.
Paulo Petersen, coordenador-executivo da ONG Agricultura Familiar e Agroecologia (AS-PTA) e integrante do Núcleo Executivo da Articulação Nacional de Agroecologia (ANA), reclamou da postura intransigente do Mapa.
"A gente estava com um plano pronto para ser lançado e o Ministério da Agricultura disse que não assinava aquele plano. Mas isso, depois de ter conversado dentro de vários espaços democráticos em que esse programa foi construído, inclusive com técnicos do Mapa", afirmou, demonstrando indignação com o impasse. "Esse posicionamento do Ministério da Agricultura é incompreensível", lamentou.
Cássio Trovatto, coordenador-geral de Transição Agroecológica do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) destacou o ineditismo da postura radical do Mapa em relação ao Pronara, o que teria provocado espanto nos membros do Câmara Interministerial sobre Agricultura e Produção Orgânica (CIAPO), que reúne 14 ministérios e outros nove órgãos do governo.
"Todos ficaram assustados com a situação. Assustados, primeiro, porque nós estamos vivendo uma situação inédita. Os outros dois planos anteriores tinham a iniciativa de instituir o Programa Nacional de Redução do Uso de Agrotóxicos. Dessa vez, nós não estamos conseguindo lançar o Planapo porque há uma recusa antecipada de um ministério com relação a essa iniciativa", destacou.
*Com informações Brasil de Fato
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