top of page

Rejeitado, sequestrado, órfão de mãe: a vida de Bruninho Samudio até chegar ao Botafogo

Rejeitado, sequestrado, órfão de mãe: a vida de Bruninho Samudio até chegar ao Botafogo



Foto: Reprodução/Instagram
Foto: Reprodução/Instagram


Bruninho Samudio é carioca de concepção. Foi no Rio de Janeiro que a mãe, Eliza Samudio, conheceu o pai, o ex-goleiro Bruno, numa festa em 2009, época em que ele reinava no Flamengo. Os dois se envolveram e logo depois ela engravidou. O desdobramento dessa gestação e do nascimento da criança se tornaria um dos crimes mais chocantes nos tribunais brasileiros e marcaria a vida do garoto para sempre.



Num desses duplos carpados da vida, Bruninho agora retorna à Cidade Maravilhosa, com um contrato assinado entre ele e o Botafogo. O jovem de 14 anos vai treinar como goleiro na base do time carioca, no sub-14 e sub-15. Mas ele podia nem estar vivo.



Em 2009, ao saber do teste positivo de gravidez, Bruno mandou que ela "desse um jeito de não ter o bebê". O que ela negou. Diante a relutância da modelo, o goleiro então mandou seus comparsas, incluindo o braço direito Macarrão, condenado com ele pela morte dela, obrigá-la a tomar remédios abortivos, como o Extra noticiou na época.



Não adiantou, e Bruninho nasceu no dia 10 de fevereiro de 2010. Ainda assim, disposto a não fazer o teste de DNA e eventualmente ter que assumir a paternidade do filho, o ex-goleiro mandou Elenílson Vitor da Silva, caseiro do sítio do ex-atleta em Esmeraldas, e Wemerson Marques de Souza, o Coxinha, sequestrarem o garoto e mantê-lo em cárcere privado. Crimes pelos quais foram condenados.


Bruninho foi entregue para a ex-mulher de Bruno, Dayanne Rodrigues, e depois disso encontrado num terreno, no bairro Liberdade, em Ribeirão das Neves.


Mais uma ironia.. A partir daí o garoto ganhou nova chance à vida, mas sua guarda foi disputada pelo pai de Eliza, Luiz Carlos Samudio, condenado e preso por estupro, algum tempo depois, e a mãe da modelo, Sônia Moura, que o cria até hoje.


Bruninho foi morar com ela em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, e desde muito pequeno manifestou a vontade de jogar futebol. . Bem que a avó tentou levá-lo para outros esportes, como judô e natação, mas não teve jeito. Matriculado numa escolinha de futebol, o garoto logo chamou atenção dos professores pela aptidão de agarrar no gol.


Esta também foi a posição de Eliza na escola. Ela foi goleira muito antes de pensar em se envolver com Bruno e sonhava um dia jogar no São Paulo, seu time de coração. Com Bruninho crescendo a olhos vistos e pegando ainda mais bolas, ele foi chamado para um time infantil. Se destacou nos campeonatos que havia pelo Centro-Oeste, até que foi visto por um olheiro do Athletico Paranaense.


Enquanto isso, com a paternidade presumida decretada pela Justiça, Bruno segue cumprindo sua sentença (hoje em regime aberto) pelo assassinato de Eliza e Sônia, travando nos tribunais uma luta para receber a pensão do neto, que foi estabelecida e até hoje continua em atraso de anos.


A Bruninho também foi negado pelo Estado o auxílio-reclusão, que se trata de um benefício do INSS pago aos dependentes do trabalhador que está preso, em regime fechado. Apenas as duas filhas mais velhas de Bruno receberam uma quantia mensal.


Ao completar 11 anos, Bruninho quis saber de sua história, contada em partes pela avó. " Ele me questionou sobre a morte da mãe porque se sente culpado pelo crime. Nunca tinha visto ele se revoltar ou ficar tão abalado. Vi meu neto socar o colchão dele com força... Disse que ele não é culpado de nada. O único culpado nessa história é o pai”, narrou Sônia, em entrevista ao Extra em 2021.


*Leia mais em Extra


Nos siga no BlueSky AQUI.

Entre no nosso grupo de WhatsApp AQUI.

Entre no nosso grupo do Telegram AQUI.


Ajude a fortalecer nosso jornalismo independente contribuindo com a campanha 'Sou Daki e Apoio' de financiamento coletivo do Jornal Daki. Clique AQUI e contribua.

POLÍTICA

KOTIDIANO