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São Gonçalo, mutilada, merece reparação histórica

Por Helcio Albano

Amaral Peixoto e a mulher Alzira Vargas/Foto: Reprodução
Amaral Peixoto e a mulher Alzira Vargas/Foto: Reprodução

Depois de 50 anos de idas e vindas desde 1890, São Gonçalo teve sua autonomia aceita por Niterói em troca de um cartório. É isso mesmo que você leu. Um amigo de longa data de Amaral Peixoto, comentara com o então genro de Vargas e interventor do estado do Rio, o desejo de adentrar nas artes e ofícios do tabelionato de notas. Desde que fosse em Niterói, ora pois!


Com todos os distritos da capital já ocupados pelos empreendimentos da fé pública, Peixoto resolveu matar dois coelhos com uma só cajadada: atender ao amigo e anexar de uma vez por todas Itaipu a Niterói. E assim, em 31 de dezembro de 1943, São Gonçalo perdeu para sempre suas fronteiras de mar aberto de Itaipu, Camboinhas, Itacoatiara e Piratininga, que formavam seu 5º distrito.



Por algum motivo, jamais tentou-se reverter o ato imoral, ilegítimo e violento de Amaral Peixoto contra os gonçalenses sob os estertores da ditadura do Estado Novo (1937-45). Optou-se, isso sim, pela paz com a cidade vizinha, mesmo que com o território mutilado que hoje cobra alto preço.


Segundo a historiadora Maria Nelma C. Braga, fazendas da região foram adquiridas no início da década de 1940 por uma empresa para fins de loteamento. Tudo de comum acordo com a prefeitura de São Gonçalo. Estranhamente, porém, o projeto de construção do que seria o Bairro Atlântico, em Itaipu ainda pertencente ao município do santo violeiro, foi apresentado diretamente à prefeitura de Niterói.


Quem o recebeu? O amigo do Amaral Peixoto?


São Gonçalo merece reparação.


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Helcio Albano é jornalista e editor-chefe do Jornal Daki.







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