Turma do Bozo não sabe se fica com Putin ou Zelensky
Por Helcio Albano
O bozismo tá em polvorosa e não sabe se apoia ou condena o ataque da Rússia à Ucrânia.
Uma parte da extrema-direita brazuca, base ideológica de sustentação do excrementíssimo que ora ocupa a presidência, tem fortes ligações com grupos neonazis ucranianos pró-Zelensky, presidente do país.
Ligações tão fortes que até pouquíssimo tempo pensavam “ucranizar o Brasil” através da desobediência civil, escracho a autoridades públicas e perseguição violenta a minorias.
Esse pessoal, que teve como maior expoente (?) a porraloca Sara Geromimi (ou Winter) acredita que a ofensiva de Putin à Ucrânia é uma agressão inaceitável à sua soberania. E por isso deve ser rechaçada de todas formas, sobretudo militares, a partir da resistência dos seus concidadãos civis em apoio ao exército regular do país, este já cercado na capital, Kiev.
Outra parte, essa com verniz intelectual, ligada a um pensamento “tradicionalista”, representado no olavismo e no grilo falante ultra-reacionário estadunidense Steve Bannon, apoia as pretensões expansionistas de Putin sobre a jovem Ucrânia, que este ano completa 100 anos, criada logo após a revolução bolchevique de 1917.
Esse grupo nada desprezível do bozismo - e, ao que se sabe, majoritário nas hostes do coisa ruim - considera a iniciativa do encantador de ursos quase um direito divino sobre um povo e terra ancestrais que remontam o império czarista, e que acreditam pertencer, ainda que não de fato, mas de direito, à “Grande Mãe Rússia”.
O bozismo, como sabemos, é mestre em transformar lateralidades de um problema como se seu cerne fosse. Aqui é o mesmo caso, que esconde a coisa central: escolher um outro posicionamento é escolher ser a favor ou contra a Otan que, por sua vez, é ser contra ou a favor dos EUA.
O Tio Sam tem sob sua influência e domínio todo o Ocidente, inclusive o controle do sistema arterial da economia planetária, que é o sistema Swift de transações bancárias em dólar, única moeda aceita no transacionamento de bens e serviços entre pessoas, empresas e governos.
Putin, além da imagem viril cobiçada pelo sr. rachadinha do Vivendas, tem fertilizantes vitais ao agronegócio (embora mortais aos seres humanos), e pouco mais além disso que pese a favor do Brasil na balança comercial entre os dois países. Neste momento em que ideia dos Brics foi escanteada pelos milicos que ocupam o Palácio do Planalto e governam de fato o país.
O líder bolchevique Vladimir Lênin, que empresta o primeiro nome a Putin e a Zelensky, que propôs ao Politiburo soviético em 1922 a criação da Ucrânia, poderia emprestar, ao Bozo, uma outra frase famosa, título de um dos livros mais importantes do pensador comunista: "Que fazer?”
E “Me salva, Carluxo!”, emendaria o capetão.
Para quem teria evitado a terceira guerra mundial e se disse solidário à Rússia, dar um “cavalo de pau” na diplomacia, agora, pode dar PT, perda total em outubro.
Ajude a fortalecer nosso jornalismo independente contribuindo com a campanha 'Sou Daki e Apoio' de financiamento coletivo do Jornal Daki. Clique AQUI e contribua.
Helcio Albano é jornalista e editor-chefe do Jornal Daki.