Uma noite de afetos e esperança no Garage Pub Masterpiece
Sarau Apologia reuniu autores e personalidades da Cultura de São Gonçalo em lançamento de dois livros pela editora Apologia Brasil
Por Cláudio Figueiras

Uma noite mágica de (re)encontros de afetos. Assim pode ser resumido o Sarau Apologia realizado na noite desta quinta (09/12) no Garage Pub Masterpiece, no coração de São Gonçalo. O evento premiou as dezenas de autores participantes do Concurso Literário promovido pela editora gonçalense Apologia Brasil (@apologiabrasil), que culminou na publicação de uma coletânea de crônicas e de uma antologia poética, organizados por Helcio Albano e Marilyn Pires.
Os dois livros, financiados com recursos da Lei Aldir Blanc, estão focados nas experiências dos autores na pandemia, lançados também na noite de ontem embebida numa atmosfera densa de arte, liberdade e esperança no futuro:
“Ufa! estamos vivos! Palmas pra gente - bradou Katia Siqueira, poeta selecionada para a antologia, antes de declamar seu texto Gênesis nordestina no palco, muito aplaudida pelo público.
Katia dividiu a mesa e os livros com outros dois premiados, seu marido, Paulinho Freitas - escritor e colunista do Daki - e seu filho, Lucas Freitas, designer e debutante na literatura. Outro filho, também selecionado, está fora do estado e não pode comparecer:
“Muito feliz de estar nesse livro com meus pais e com meu irmão. É muito especial essa noite e esse livro para nossa família”, disse Lucas, emocionado, sob olhares derretidos de Katia e Paulinho.

A noite também foi um revival potente de Uma Noite na Taverna, que em janeiro faz 18 anos de nascença. Romulo Narducci (@romulo_narducci), mestre de cerimônias da noite de ontem, insinuou que o Sarau dos saraus estará de volta ano que vem, para delírio dos amantes da literatura e da boa arte que alimenta alma e corações nestes tempos de angústia.
E por falar em angústia, não demorou muito para o “Fora Bolsonaro” ser expelido da garganta por poetas e público tal qual nódoa sufocante. Com destaque para os poemas decantados por Amanda Almeida (O Verme) e Suzane Silveira (Palavra suja), membra do coletivo Escritoras Vivas, que compareceu em peso ao Garage.
O ponto alto da noite foi a participação do Coletivo AsMina (@asminarj), com destaque para a performance slam demolidora da poeta trans Valentine (@jamaisvalentina) e a intervenção “tavernista” do festejado escritor Rodrigo Santos, que no gogó declamou o poema recorrente “São Gonçalo cemitério de sonhos”, revisitado sem nenhuma venia aos carcarás fazedores de linguiça da Feliciano Sodré, 100, com suas intransponíveis e odientas barricadas.

“Foi do c%#*!#! Tudo foi muito mágico. Desses encontros mágicos de editora, autores e artistas fizemos essa noite para nunca mais ser esquecida. Volta Taverna! Nós precisamos demais disso. É energia para conseguirmos tocar a vida. Tá osso, literalmente. Mas com todo mundo junto, a gente consegue seguir em frente e sorrir”, disse Helcio Albano, diretor e editor da Apologia Brasil.
E se não bastasse tudo isso, quem da alegria transformou a noite em gozo, foi o power trio de forró autoral Relafivela, liderado por Leon Costa e reforçado por Marcelinho Batera, que, na última quadra do evento, já com a presença do “atrasildo” Alberto ‘Flisgo’ Rodrigues, puxou o “Tu vens, tu vens. Eu já escuto os teus sinais...”
Agora sim, peço data venia ao leitor: Fora Bolsonaro!
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