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Vereador de Maricá que usou vídeo para atacar religiões afro pode ser cassado

Cinco vereadores protocolaram o pedido de cassação do parlamentar na manhã desta sexta-feira (19)

Imagem Reprodução
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O vereador Ricardinho Netuno (Republicanos) de Maricá, na região metropolitana do Rio, pode perder o mandato por preconceito religioso. Ele é acusado de divulgar um vídeo nas redes sociais que ataca as atividades culturais de matrizes africanas na cidade. O vídeo mostra crianças participando de oficinas de arte e chama as bonecas africanas de vudus.


O vereador ainda diz que a prefeitura está ensinando “macumba” nas escolas e que os pais serão culpados se seus filhos forem “possuídos”.



“A prefeitura de Maricá está ensinando ‘macumba’ às crianças em cursos e escolas municipais’. O vídeo finaliza com a mensagem: “Quando seu filho for possuído, você saberá de quem é a culpa”.


Cinco vereadores protocolaram o pedido de cassação do parlamentar na manhã desta sexta-feira (19). O caso será analisado pela comissão de ética da Câmara.


Ricardinho Netuno já havia sido alvo de outro pedido de cassação em 2023, por supostamente incentivar os atos antidemocráticos de 8 de janeiro em Brasília.


O vídeo postado pelo vereador no Instagram, onde ele tem 30,9 mil seguidores, também expõe indevidamente, e sem autorização, menores de idade. Segundo o documento protocolado, o vereador tentou “associar às religiões de Matriz Africana como algo maléfico e que deve ser combatido por todos da sociedade”.


O vereador negou que houve preconceito e disse que não é o autor do vídeo. O parlamentar contou ainda que recebeu o conteúdo pelo WhatsApp e que fez a divulgação apenas com o intuito de saber a opinião das pessoas.



“De forma alguma dei a minha opinião sobre o vídeo. Eu deixei bem claro. É só você assistir a minha publicação que está lá: ‘Pessoal acabei de receber esse vídeo aqui no WhatsApp, gostaria de saber a sua opinião. A sua opinião é muito importante para mim’, essa é minha fala. Eu tive alguma intolerância? O vídeo não é feito por mim, eu desconhecia esse vídeo eu deixei claro no início do vídeo: ‘eu acabei de receber esse vídeo no WhatsApp’, disse.


O babalorixá Antônio Jonas Chagas Marreiros, o Pai Liminha, manifestou repúdio ao vídeo divulgado pelo vereador. Para o líder religioso, a atitude demonstrou “total alienação da história do Brasil”.


“Não deveria ser despreparado, porque trabalha numa casa de lei, para poder saber um pouco da cultura universal, principalmente da cidade que ele age, que é Maricá. Certamente tem todo cunho, não só de preconceito, mas tem muitas tendências ali que vão dar margem para outros movimentos, outros segmentos sociais se sentirem ofendidos”, disse.


Em nota, a prefeitura de Maricá lembrou que o ensino da história e da cultura afro-brasileira é obrigatório por lei desde 2003 e está inserido na temática curricular nas escolas de ensino médio e fundamental para garantir a valorização da cultura brasileira.

O município também repudiou a atitude do parlamentar. 


De Agenda do Poder.


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