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“Xepa” da vacina: como se candidatar para as doses que sobram nos postos de saúde

O objetivo é evitar o desperdício de doses que "sobram" ao final de cada dia


De Brasil de Fato

Foto: Uarlen Valério
Foto: Uarlen Valério

Menos de 10% da população brasileira tomou as duas doses da vacina contra o novo coronavírus. Mesmo assim, prefeituras de grandes cidades têm aberto cadastros para quem está fora do grupo de risco.


Não se trata de fraude ou irregularidade: a estratégia foi autorizada pelo Ministério da Saúde.

O objetivo é evitar o desperdício de doses que "sobram" ao final de cada dia.


A maioria dos frascos de imunizantes contêm 10 doses, e eles não podem ser guardados depois de abertos sob risco de perderem a validade.


Veja como funciona a “xepa” da vacina em diferentes municípios:


São Paulo


A Prefeitura de São Paulo abriu cadastro em 23 de fevereiro, diretamente nos postos de saúde, para idosos com mais de 60 anos e profissionais de saúde. Desde o início de maio, os critérios foram flexibilizados, e qualquer profissional de saúde ou pessoa com comorbidade com mais de 18 anos pode se candidatar.


A Secretaria Municipal de Saúde afirma que “nem sempre há doses excedentes nas unidades” e que a orientação é “não desprezar nenhuma dose viável de vacina”.


Para se inscrever, basta apresentar um documento de identificação (preferencialmente CPF) e um atestado que comprove a condição de risco, com assinatura e número CRM do médico responsável.


Em março, o Brasil de Fato conversou com uma dentista que se candidatou para tomar doses que sobraram em um posto de saúde na rua Palestra Itália, no bairro Perdizes. Ela ressaltou a agilidade do processo e deu uma dica valiosa:


"Não precisa ter carteirinha do SUS [Sistema Único de Saúde], não precisa levar mais nada. Só isso. E é um negócio rápido. Você tem que morar perto e tem que estar disponível para tomar na hora que eles telefonam", disse à reportagem.


Belo Horizonte


Na capital mineira, as doses remanescentes são aplicadas em idosos acamados e com mobilidade reduzida, que não podem se deslocar até o local de vacinação. Eles devem estar previamente cadastrados na Prefeitura.


Para cadastrar um idoso acamado na cidade, é preciso buscar uma unidade de saúde e apresentar seus documentos pessoais, incluindo comprovante de residência. A vacinação, nesses casos, é feita na casa dos idosos, a partir das 16h30.


Quando não houver mais idosos acamados e com mobilidade reduzida na lista da Prefeitura, as autoridades de saúde informarão quais os critérios para outros públicos-alvo se candidatarem à “xepa”.


Campo Grande


A capital do Mato Grosso do Sul suspendeu a aplicação de doses remanescentes ao final de abril.


O motivo é o esgotamento das doses do imunizante Coronavac. Hoje, Campo Grande (MS) só aplica a vacina de Oxford/AstraZeneca, cuja bula foi atualizada há um mês. Com a nova orientação, o imunizante pode ser utilizado em até 48 horas após a abertura do frasco, desde que mantida a refrigeração adequada.


Assim, as doses não precisam ser aplicadas “às pressas” ao final de cada dia. O mesmo acontece em todas as cidades onde a vacina de Oxford/AstraZeneca é a única disponível nesta etapa da imunização.


A “xepa” será retomada assim que o imunizante Coronavac voltar a ser disponibilizado. A vacina de origem chinesa não pode ser aberta e guardada para o dia seguinte, pois tem validade de até oito horas.


Outras capitais


Cidades como Goiânia (GO), Brasília (DF) e Rio de Janeiro (RJ) também criaram filas de espera para as doses excedentes. Como os critérios são diferentes em cada unidade de saúde, a orientação é procurar a mais próxima de sua casa, levar documento de identificação e solicitar inscrição.


Em Porto Alegre (RS), ainda não existe um cadastro formal, e as filas começam a se formar por volta das 16h do lado de fora das unidades.


No Recife (PE), o cadastro é feito na página da Prefeitura, que organiza a distribuição por unidade de saúde já prevendo as doses remanescentes por dia.


Nesses cinco municípios, só podem se candidatar pessoas que integram grupos de risco.



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