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Vans: a culpa é de quem?



Nos acostumamos a reconhecer em todas as estórias, seja no cinema ou na literatura, os mocinhos e os bandidos. Os bons e os maus. Uma vez identificados, temos como dever moral torcer para o mocinho e execrar o homem mau. Porque num mundo perfeito, homens maus não existem.

Mas no mundo real a coisa não é bem assim e a linha que separa o que é bom do mau é muito tênue e quase imperceptível aos olhos de gente ingênua acostumada aos filmes norteamericanos.

No dia 5, terça-feira, os desembargadores da 12ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro determinaram ao prefeito Neilton Mulim a cassação imediata de todas as licenças concedidas aos operadores do transporte alternativo na cidade. Sob pena de pagar multa diária de mil reais por dia, uma mixaria, para quem já deve mais de um milhão de reais de multa ao TCE. Como se diz por aí: perdeu, prefeito!

Foi ruim para o prefeito? Do ponto de vista político sim, já que todos sabemos que suas principais bandeiras nas eleições passadas foram o apoio às vans e a passagem a R$ 1,50, desde sempre uma lenda urbana, mas arma eleitoral poderosa que o levou à cadeira da Feliciano Sodré, nº 100.

Mas a decisão do Tribunal foi ruim mesmo para as mais de 4 mil pessoas que dependiam exclusivamente da renda do transporte alternativo. Pessoas que nós, moradores de São Gonçalo, testemunhamos terem trabalhado arduamente pela vitória de Mulim em 2012, certos de acharem o pote de ouro no final do arco-íris, isto é, a tão sonhada legalidade, mesmo que tudo apontasse ser impossível.

O prefeito enganou essas pessoas? Não sabemos. Algumas pessoas ligadas às vans deixaram se enganar para obter benesses da prefeitura? Também não sabemos e não saberemos nunca. Não existe mocinho ou bandido na politica, eis um espaço onde o cinza predomina.

Leia abaixo matéria do Jornal O São Gonçalo

Vans ‘desaparecem’ de São Gonçalo após proibição da Justiça

Por Marcela Freitas

Após reportagem de O SÃO GONÇALO sobre a decisão dos desembargadores da 12ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, que determinou que o prefeito Neilton Mulim cassasse, em até 48 horas, todas as licenças concedidas a motoristas de vans que exploram o transporte alternativo da cidade, muitos motoristas decidiram não circular ontem.

Nos principais pontos de vans do Alcântara, na Rua Alfredo Backer e Nestor Pinto Alves, não se via a “farra das vans”, tão comum a qualquer hora do dia.

A decisão, no entanto, pegou muitos passageiros de surpresa. Esse é o caso da atendente de laboratório, Anne Caroline Bastos, 22 anos. “Hoje pela manhã fiquei esperando a van e estranhei não ter passado nenhuma no ponto de ônibus próximo à minha casa. Fiquei sabendo dessa decisão pelo jornal”, contou.

Para que a decisão seja cumprida, o desembargador Jaime Dias Pinheiro Filho determinou que a Polícia Militar e o Departamento de Transporte Rodoviários (Detro), em um prazo de 72 horas, façam operações para apreender e desemplacar todas as vans que estejam realizando o transporte alternativo em São Gonçalo. Em caso de descumprimento judicial o prefeito terá que pagar multa diária de R$ 1 mil.

Em nota, a Polícia Militar informou que o comando do 7º BPM (São Gonçalo) ainda não foi notificado da decisão judicial. Entretanto, o coronel Fernando Salema, informou que, tão logo receba a determinação, os policiais irão apoiar as ações do Detro.

O Detro informou que, até ontem, não havia sido comunicado pelo Tribunal de Justiça do Rio sobre a decisão, mas que suas equipes estão preparadas para cumpri-la.

Recurso – Também em nota, a Prefeitura de São Gonçalo afirmou que não vai deixar de cumprir a decisão judicial, mas “entende que houve uma intervenção institucional na autonomia municipal e ainda cabe recurso. A administração municipal irá exercer sua prerrogativa constitucional de defesa e recorrerá às instâncias superiores, sempre respeitando as instituições. A Prefeitura entende que é interesse público e que a população carece de melhores serviços de transportes e assim a pluralidade de modais se faz necessária”.

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