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A irreverência, o carisma e o talento do cantor Felipe Lins


Dando seguimento a série de entrevistas que o Jornal Daki está realizando com os artistas de Itaboraí e São Gonçalo, entrevistamos o cantor Felipe Lins. Morador do bairro Pacheco, São Gonçalo, o artista que completa 30 anos no próximo mês é dedicado, performático, persistente e muito talentoso.


Fã de artistas como Caetano Veloso, Milton Nascimento, Gilberto Gil e Sandra de Sá _ Felipe Lins, também fala sobre sua paixão por Lp's, a falta de espaço para artistas na cidade e a que descobriu a sua ligação com a música ainda criança.

Considerado uma das grandes promessas artísticas de São Gonçalo, o artista ainda fala sobre os projetos para o futuro, plágio, como é se manter com a arte e muitos outros assuntos, confira!

Daki: Como foi sua infância?

Felipe Lins: Minha infância foi boa. Era sempre regrada a música por ter pais que também tinham envolvimento com a música. Meus brinquedos favoritos eram os discos da casa e a Vitrola. " São até hoje" (rs). Eu sempre soube que minha vida seria associada a música, só não sabia de que maneira.

Daki: Onde estudou?

Felipe Lins: Estudei em vários lugares devido as mudanças que meus pais sempre faziam por conta de meu pai ser ligado a igreja evangélica. A mesma religião que eu sigo até então.

Daki: Você vem de família de artistas ou este talento é exclusividade seu?

Felipe Lins: Sim, minha família tem muitos artistas, todos do segmento gospel.

Daki: Quando você começou a se interessar pela música?

Felipe Lins: Me interessei por música muito cedo. Acho que desde o ventre (rs). Minha mãe diz que com pouco mais de 3 anos de idade já cantava na igreja.

Daki: Como é o processo de composição?

Felipe Lins: Bem,comigo não rola nenhum processo propriamente dito. A música nasce, acontece e eu escrevo. Uma vez estava em um bar e de repente me veio umas frases na cabeça. Era a canção "Então Vem" acontecendo.

Daki: Como você lida com o reconhecimento dos fãs nas ruas?

Felipe Lins: Isso não me acontece. Não até então (rs), mas se rolar eu não vejo problema algum. Até iria achar legal porque esse ato seria o reconhecimento do meu trabalho e isso não tem preço.

Daki: Tem algum artista em especial no qual você se inspire?

Felipe Lins: Em especial eu tiro inspiração em muita coisa. Não procuro me focar em um único artista. Eu não gostaria que meu trabalho fosse associado ao de ninguém. Eu gosto de ser eu mesmo. Fazer as minhas coisas.


Daki: Quais as dificuldades que você encontra atualmente na profissão?

Felipe Lins: Acho que talvez seja a falta de credibilidade no nosso trabalho. Eu generalizo porque nenhum de nós tem crédito absoluto sem antes fazer "demonstrações" do nosso trabalho. E também a falta de espaço é um problema que já enfrentei bastante. Hoje já não é tanto.

Em São Gonçalo eu tenho tido um espaço muito bom dentro do cenário, isso me deixa muito feliz.

Daki: Você já usou algum trabalho seu para expressar sua opinião política? Como foi a repercussão?

Felipe Lins: Olha, eu não acho isso bacana. Talvez usaria meu trabalho como forma de ajudar as pessoas a formar opiniões, mas não expor a minha, isso é coagir as pessoas a pensar e agir como eu.

Daki: Como foi no início profissão e quais as dificuldades que mais enfrentou?

Felipe Lins: O início é bastante complicado até porque nem a gente sabe bem o que vai fazer. Qual estilo vai ser ou fazer. Eu passei por vários anos sem imaginar o que fazer depois. Talvez hoje eu tenha me encontrado musicalmente, como posso dizer daqui a uns anos que estava totalmente errado. Porém a grande dificuldade que nós (músicos) enfrentamos é a falta de espaço e a desvalorização do nosso trabalho. Pior do que isso é a falta de respeito que passamos algumas vezes e isso ainda me acontece às vezes.


Daki: Pra quem você daria destaque no cenário da música nacional ?

Felipe Lins: Muita gente. Aliás eu ainda tenho meus ídolos musicais vivos. Gal Costa, Caetano Veloso, Milton Nascimento, Gilberto Gil e Sandra de Sá. Esses eu tenho total administração.

Daki: Como você vê a questão de direito autoral? Já teve problemas como este?

Felipe Lins: Não acho que seja um problema e sim uma proteção ao nosso produto. Não, nunca tive problemas com isso.

Daki: Qual foi o show mais marcante que você fez até agora?

Felipe Lins: Bem, acho que o primeiro sempre marca, não é? Nesse caso foi a abertura do show de uma banda em Paranaguá-PR , na noite de 18/02/2002. Esse pra mim foi onde eu realmente jamais vou esquecer.

Daki: Você recebe com frequência propostas para fazer trabalhos gratuitamente? Como você lida com pedidos do tipo? Ou aceita por causas sociais?

Felipe Lins: Sim. E não me importo com isso. Acho que na vida tem que rolar essa coisa de trocar favores. Eu preciso de público,eles precisam de artista. Por que não??

Daki: Quem são seus ídolos na música?

Felipe Lins: Pergunta difícil (rs), são incontáveis. Tenho uma coleção imensa de CDs e LPs em casa, gosto muito de muita coisa. Cantor tem que ouvir de tudo.


Daki: O que te inspira e como funciona o seu processo criativo?

Felipe Lins: Isso depende de vários fatores. As vezes vai de acordo com o que você vive naquele momento ou o que você quer que as pessoas absorvam com o que está criando.

" Eu posso ter um paradoxo de mim antes e depois do FAM.

Depois de anos cantando por aí, eu finalmente descobri que posso ser quem eu quiser,e fazer o que eu quiser no palco".

Daki: Para você, o que é ser cantor?

Felipe Lins: Ser Cantor pra mim é tão importante quanto respirar, se não houvesse música na minha vida, talvez seria uma monotonia absurda. Mas além desse ponto de vista todo pessoal e introspectivo (rs) para mim ser cantor é uma imensa responsabilidade, porque todas as vezes que eu subo em um palco, o público entrega para mim seus sentimentos, suas expectativas e atenção.

Com que idéia ao meu respeito eu gostaria que o público fosse pra casa?

Daki: Para quem está começando, qual dica você daria?

Felipe Lins: Primeiro de tudo: Você tem que ser o primeiro a acreditar em sí próprio. Porque se você não tiver auto confiança nunca vai conseguir conquistar seu público. Segundo: Desistir é uma palavra que nunca pode estar presente no seu vocabulário, porque Deus nos deu esse talento, logo seria um desperdício enorme desistir dos seus sonhos.

Daki: Como foi participar do FAM - 1º Festival Apolo Multicultural e o que você achou da proposta?

Felipe Lins: Participar do FAM foi uma das melhores experiências até então, eu me realizei nesses dois dias de festival. Sai de lá com uma outra perspectiva artística, eu mudei totalmente a minha forma de fazer show. Eu senti nesses dias uma onda, uma conexão absurda com a platéia como há anos não sentia. Com certeza para mim foi um presente enorme. Desejo a todo artista a oportunidade de fazer parte de um festival como esse. E a ideia de levar essas atrações a um bairro e de graça para a população se divertir é sensacional...por mais festivais como esse em vários outros lugares também.

Daki: Como você lida com acessibilidade em seu município para produzir a sua arte? Existe apoio do poder público?

Felipe Lins: Bem,o meu município favorece e muito a arte local. Se eu morasse em qualquer outro lugar, iria querer me mudar pra São Gonçalo pra ter essa acessibilidade ao palco.

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