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Artista gonçalense é pego dormindo no ponto (De novo!)

Por Marilyn Pires

Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Na semana passada, dia 19 de janeiro de 2022, a Secretaria Municipal de Turismo e Cultura de São Gonçalo publicou no Diário Oficial o edital para eleição do Conselho Municipal de Cultura mandato 2022/2023 com um enorme e grave atraso de muitos meses. Apesar de receber esta notícia com certa satisfação, pois esta é uma grande oportunidade de trocar os membros de um conselho que não funciona, o edital veio repleto de “pegadinhas” que, é claro, não beneficiam em nada a classe artística gonçalense.


Como muitos sabem, artista em São Gonçalo se vira nos 30, nos 40, nos 50 e assim vai. As inscrições, além de serem no formato presencial (apesar da pandemia e do gasto desnecessário com deslocamento e papelada - falta de responsabilidade com o meio ambiente) deverão ser feitas em horário comercial. Veja só: das 10 às 17 horas de segunda à sexta-feira. Isto mais me parece é que o secretário está torcendo (contando) que a classe artística gonçalense não consiga se inscrever. Seja como eleitor ou candidato o fato é que a classe precisa acordar ou marcarão mais 2 anos de amargura.



Ah é! O período do mandato, segundo o edital, é de 2022/2023. O que me parece mais estranho disso tudo é que, no edital de letras miúdas publicado entre atas de extratos de registros de preços e ata do conselho de meio ambiente (!), o secretário limita a quantidade de habilitados entre candidatos e eleitores a 240 inscrições. Eis que agora a preocupação com a pandemia surge como uma importante e inegociável condição (?).


As conferências e eleições mais fracas em São Gonçalo bateram mais do que isso em anos ruins. Ele acha mesmo que isso é democrático. Pois bem, imaginemos, então, um cenário: uma cidade onde habitam 100.000 pessoas, 240 seria um número razoável se levarmos em conta a proporção: seria 0,24% da população. Agora, para uma cidade de mais de 1 milhão de habitantes este é um número ínfimo, pra não dizer ridículo.


A bem da verdade, se levarmos em conta ainda que o secretário esteja contando apenas com o pessoal dele, acredito então que este número seja até um exagero. É no mínimo risível pretender nos fazer acreditar que temos tão pouca gente assim interessada na cultura deste município seja trabalhador das artes ou apenas admirador. Ainda levando-se em conta da nula divulgação e de zero comentário a respeito deste momento importantíssimo para a nossa classe, infelizmente constato que tenho razão.



Caso a classe artística não se mobilize e entenda de uma vez por todas que este município pertence a nós, que o secretário é pago com nossos impostos, que os equipamentos são mantidos com nossos impostos e que o conselho deve servir para nos ajudar e não o contrário, perderemos mais uma vez. (Não se deram ao trabalho nem mesmo de redigirem novos anexos. Aliás, o “modelo” é o mesmo desde 2009, salvo algumas poucas alterações. Pois é, eu sei porque fui eu que fiz. Acorda, galera!


Bom, dito isto, após alguns dias e a necessária intervenção vereadorística, “ganhamos” 10 dias e uma nova publicação foi feita no dia 24 passado prorrogando as inscrições até o dia 07 de fevereiro. Continuará presencial, cheia de papéis e gastos desnecessários no horário comercial das 10 às 17 horas de segunda à sexta.


Marilyn Pires é Pedagoga, Professora, Escritora e Produtora Cultural

 

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