Conversando sobre Avaliação
Por Edir Tereza dos Reis
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O Coletivo Ela – Educação e Liberdade de Aprender, alinhado com a SAM – Semana de Ação Mundial, está realizando rodas de conversas com as temáticas: Financiamento, Avaliação, Gestão, Formação e Evasão – Não corte a Educação! Pretendemos formular propostas para serem encaminhadas aos candidatos nas eleições 2022. Nosso objetivo é a participação social na formulação de políticas públicas para educação com vistas ao PNE/2024.
No dia 21/06/2022 realizamos a roda de conversa sobre Avaliação de Desempenho. Os participantes trouxeram suas percepções sobre a avaliação de desempenho do aluno e sobre a avaliação em larga escala realizada pelo Ministério da Educação em cumprimento à LDBEN 9394/96.
Trouxemos para abertura a música de Gabriel Pensador “Estudo Errado” da década de 90. Os participantes se identificaram e relataram que os professores já utilizavam esta letra para questionar a avaliação conteudista realizada pela escola, destacou-se também a atualidade desta música que relacionamos ao pouco avanço das práticas avaliativas.
Em contrapartida, outras vozes apontaram os avanços em relação à avaliação de desempenho de alunos com menos atribuição de valor às notas destaque para a avaliação qualitativa. Surgiu a questão: o que é uma avaliação qualitativa e como ela influencia o cotidiano escolar?
Constatamos que o processo avaliativo, principalmente nos anos finais do ensino fundamental e no ensino médio ainda é baseado na pergunta-resposta - o aluno responde ao que foi ensinado e seu desempenho é medido. A avaliação formativa é pouco utilizada nestas etapas. No sistema de ciclos se subtende uma “avaliação automática” em detrimento da proposta conceitual de ciclos que pressupõe um tempo maior para que o aluno aprenda em substituição ao sistema seriado anual.
Ressaltou-se que a comunidade escolar ainda tem uma valoração quantitativa nos aspectos avaliativos. O discurso teórico prioriza a avaliação qualitativa, mas nossa prática é a avaliação quantitativa. A dicotomia entre a avaliação interna e a avaliação externa da escola é um dos grandes desafios que faz com que nos debrucemos sobre este tema.
Conforme a ilustração deste artigo, percebemos a avaliação em larga escala como uniformizadora, seletiva e meritocrática. Concordamos que deva existir um sistema de avaliação nacional – o desafio para os experts que elaboram as avaliações é substituir o atual modelo por um sistema de avaliação nacional que contemple a diversidade em suas especificidades.
A proposta desta roda é que a Avaliação Nacional seja assertiva, personalizada e que a Avaliação de Desempenho contemple o protagonismo docente e discente - que o professor tenha autonomia para avaliar os alunos com instrumentos diferenciados e adequados e que o aluno tenda à autoavaliação num processo consciente rumo à cidadania participativa.
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Edir Tereza dos Reis é Orientadora Pedagógica (PMDC), Supervisora Educacional (PMSG), Psicopedagoga, especialista em Neurociências, membra do Coletivo ELA – Educação Liberdade para Aprender e colaboradora da Coluna "Daki da Educação", publicada às sextas.
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