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O Urso e o Dragão: China declara apoio incondicional à Rússia. E agora Tio Sam?

GIRO PELO MUNDO - POR FELIPE REBELLO

Presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o líder chinês, Xi Jinping Reuters
Presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o líder chinês, Xi Jinping Reuters

Xi Jinping já vinha dando demonstrações de descontentamento com a postura intervencionista dos Estados Unidos e da NATO/OTAN em outras partes do mundo, em especial com a interferência ocidental em seus assuntos internos. Os protestos em Hong Kong, a independência de Taiwan, o domínio sobre o Tibete e o genocídio dos uigures em Xinjiang são os principais pontos de desavença com o ocidente. A expansão da NATO/OTAN preocupa muito os chineses, que optaram por encampar a luta de Putin para embarreirar os avanços desta aliança sobre seus vizinhos. Já no dia 04/02 robustos pactos econômicos foram assinados, com Pequim se comprometendo a comprar petróleo e gás russo, frustrando os planos dos Estados Unidos de isolar economicamente Moscou.

Apesar da necessidade estratégica de se formar um pacto sino-russo, os dois países possuem suas restrições. A Rússia não vê com bons olhos o avanço econômico chinês sobre países de sua zona de influência no Oriente Médio, Ásia Central e África. Além disso o Kremelin tem muita cautela em suas relações com a potência oriental, pois teme que esta roa sua soberania, transformando a Rússia em mais uma pátria vassala à Pequim. Putin também tem adotado uma postura de aproximação com a Índia e países da Australásia que são inimigos políticos dos chineses.


Biden faz ameaças ao futuro do gasoduto Nord Stream 2

Biden: Reprodução Internet
Biden: Reprodução Internet

Na última reunião com o chanceler alemão, Olaf Scholz, Biden afirmou que no caso de uma invasão russa à Ucrânia todo o projeto para construção do gasoduto orçado em US$11bi iria por água abaixo. Todavia, a Alemanha, parceira direta de Moscou no empreendimento, adotou um tom mais moderado, evitando citar diretamente o gasoduto, não se comprometendo muito. Apenas disse por alto que tenderia acompanhar as decisões dos Estados Unidos, dando tom de mera bravata à ameaça do presidente estadunidense.

A Europa, e principalmente a Alemanha, é cada vez mais dependente do gás russo, tal qual a pátria eslava depende de seus clientes ocidentais, portando os dois lados se anulam acerca de sanção contra Nord Stream 2. Contudo, o Estados Unidos sim tem interesses em minar esta interdependência Europa Ocidental-Rússia. Donald Trump chegou a fazer sanções às empresas envolvidas nos projetos do gasoduto, todavia Joe Biden as revogou com o fim de estreitar laços com Berlim.


Rádio de oposição sofre atentado em Guiné-Bissau


Foto: Deutsche Welle
Foto: Deutsche Welle

O atentando ocorreu no último dia 07/02, quando indivíduos encapuzados invadiram a Rádio Capital e metralharam os equipamentos. A rádio era uma crítica ferrenha ao governo atual. No dia 1 de fevereiro o Palácio do Governo sofreu ataques que foram classificados como tentativa de golpe de Estado. Então o ataque à rádio poderia ser uma resposta aos opositores. Todavia o governo guineense negou qualquer tipo de ligação entre os dois fatos, argumentando que seria uma tentativa de assalto e um caso isolado, e que a ausência de mortos seria a prova disto.


Crise política no Peru


Castillo: (Gian Marko/AFP)
Castillo: (Gian Marko/AFP)

A inépcia política de Pedro Castilho tem se tornado cada vez evidente. O governo de Castilho tem sido marcado por uma instabilidade sem precedentes, chegando a trocar, em média, um ministro a cada dez dias. O último a sair foi o primeiro-ministro Hector Valer que se demitiu após denúncias de violência doméstica contra esposa e filha, obrigando o presidente peruano iniciar uma reforma do executivo. A quarta em seis meses. Seu conturbado governo já enfrentou pedidos de impugnação de pleito, renúncia do chefe das forças armadas, primeiro-ministro elogiando o grupo terrorista Sendeiro Luminoso, pedido de impeachment, festas na pandemia que custou ao país um dos maiores índices de mortes das Américas, diversas demissões e atritos dentro de seu próprio partido, o Perú Libre, entre as alas da esquerda radical e os moderados, entre outros. Resta saber quanto tempo Castilho conseguirá se manter no cargo.


Soldados estadunidenses abatem principal líder do Daesh



Após a morte de Abu Bakr al-Bagdadi, o Daesh – vulgo, Estado Islâmico – está desestruturado, perdeu suas principais cidades e não possui um terço da força que um dia ostentou. Todavia a guerra ainda não acabou, em especial na região noroeste da Síria, onde, na fronteira com a Turquia, os jihadistas radicais se encontram encurralados entre os peshmergas curdos e as forças do exército sírio. Então, na última quinta-feira (03/02) o presidente estadunidense, Joe Biden, anunciou que as forças especiais norte-americanas, em uma missão de contraterrorismo, abateram Abu Ibrahim al-Hashimi al-Qurayshi, o atual líder do Daesh.


Algumas universidades afegãs voltam a receber mulheres

Mulheres são separadas por cortina em sala de aula na Universidade Avicenna em Cabul, Afeganistão Foto: SOCIAL MEDIA / via REUTERS
Mulheres são separadas por cortina em sala de aula na Universidade Avicenna em Cabul, Afeganistão Foto: SOCIAL MEDIA / via REUTERS

Isso ocorreu após uma reunião entre representantes dos talibãs e de poderes ocidentais em Oslo, Noruega. Os mujahedins pediram o descongelamento das contas afegãs no exterior com o fim dar ajuda humanitária à regiões do país que sofrem com nevascas, mas os ocidentais condicionaram este repasse à uma maior abertura do país aos direitos humanos. Em especial o das mulheres. Os jihadistas não se tornaram bonzinhos e progressistas para agradar os europeus, as mulheres continuam sem os direitos básicos de trabalho, autonomia e locomoção do qual usufruíam antes da ascensão dos extremistas ao poder. Os talibãs cederam o mínimo e permitiram que as mulheres voltassem às aulas, mas desde que seja em uma faixa restrita de horário e em salas separadas dos homens. Sob olhares de mujahedins armados com kalashnikovs nas universidades, pouquíssimas afegãs voltaram de fato às aulas. O conteúdo curricular também deve ser alterado, pois uma das determinações do grupo é que as aulas sigam estritamente os preceitos da xaria.

 

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Felipe Rebello é professor de História e psicopedagogo.



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