Quem lê tanta notícia? Excesso e velocidade de informação - por Karla Amaral
![Foto: Claudio Figueiras/Jornal Daki](https://static.wixstatic.com/media/037a82_2fe626cc73954ca49dbcea4e884c1635~mv2.jpeg/v1/fill/w_91,h_49,al_c,q_80,usm_0.66_1.00_0.01,blur_2,enc_auto/037a82_2fe626cc73954ca49dbcea4e884c1635~mv2.jpeg)
Quem lê tanta notícia? Caetano Veloso em 1967 já questionava em sua canção “Alegria Alegria”, música que marca o movimento Tropicalista. Nela, Caetano faz referência às notícias das bancas de jornal e revista. Após 55 anos do lançamento da música vivemos hoje uma avalanche de notícias. E essa enxurrada de notícias nos atinge de diversas maneiras, pelos próprios jornais – bem menos usuais que antes – e pelo mundo infinito da internet, nas nossas próprias redes sociais.
Você acorda pega seu celular, abre sua rede social favorita. Ali começa a pipocar estas tantas notícias. Você lê as notícias (com qualidade e na íntegra? Vale a pena se questionar) e depois compartilha para que seus amigos tenham acesso ou simplesmente por compartilhar. Logo depois vem outra notícia e você faz o mesmo movimento. Este movimento se torna dinâmico e constante.
Nos últimos tempos, com a presença maciça da internet nas nossas vidas, somos denominados de consumidores de conteúdos da internet. Consumir não é ser leitor, não é ser ouvinte ou espectador. É consumir com significado de fazer uso ou se utilizar de algo e não de usufruir e desfrutar. O consumo das notícias desta forma peculiar de utilizá-las fica muito evidente na era pós-verdade quando as fake news são propagadas com alcance enorme. Não há reflexão ou qualquer verificação sobre aquele conteúdo, se recebido no “zap” é lido como verdade por grande parte das pessoas.
Mesmo que você, leitor, não “consuma” esse tipo de conteúdo de notícias falsas, somos atropelados por tantas outras notícias. A velocidade e excesso de informação trazem alguns empecilhos. O primeiro é a superficialidade da notícia quando não aprofundamos a leitura do texto ou outros que são necessários serem lidos para complementar aquela primeira notícia. O segundo é a banalização das reiteradas notícias que por sua vez perdem sua força e o objetivo que é chamar o espectador para a ação.
Eu me questiono muito a respeito das informações que estou tendo acesso. Muitas vezes sinto que se fico fora das redes por uns dias, perco muita informação. Ou outros dias, que tenho acesso a muitas notícias, sinto que não absorvi com qualidade aquelas informações. As perguntas que ficam são: Nós estamos ficando mais informados com a quantidade de notícias que recebemos? Que tempo nos sobra, após ler tantas notícias, para uma participação ativa na nossa sociedade?
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Karla Amaral é psicóloga e escreve para o Daki aos domingos.
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