Um surto que veio para ficar, infelizmente - por Rofa Araújo
Um surto é um “evento inusitado em saúde pública: situação em que há aumento acima do esperado na ocorrência de casos de evento ou doença em uma área ou entre um grupo específico de pessoas, em determinado período.”
A definição de “surto” parece algo temporário que vem e um dia passa, mas muitas vezes parece que não é bem assim. Um certo pesadelo iniciado em 2018 que culminou com a eleição de um boçal à presidência da República, chamado Jair Messias Bolsonaro, permanece firme forte, contaminando a muitos com suas ideias sem nexo e que continua difundida Brasil afora.
São ideias “pseudo conservadoras” que, na verdade, nada ter a ver com o conteúdo defendido. Religiosos que pregam ideais cristãos, infringindo ensinos de Cristo; patriotas que supostamente defendem o país, mas que vão contra o patrimônio nacional se vai a favor de suas ideias; e os “defensores da família”, mas que pregam o ódio mortal contra quem ousa ir de encontro àqueles pontos pregados com alarde, sem ao menos jazer jus ao que se defende.
É muita contradição a todos que defendem “Deus, pátria e família”, além de um surto de “amnésia coletiva” que esquece o que ocorreu nos últimos quatro anos com o Brasil: pandemia com mortes por falta de vacinas e negacionismo do próprio presidente; educação largada às traças por ideologismo que sempre esteve acima do mais básico e elementar projeto educacional; economia que somente beneficiava os mais ricos, eixando de lado a maioria pobre da população; e a cultura levada ao fundo do poço, com a acusação de que beneficiava um grupo e que na prática continuou a mesma, mudando para quem o apoiava.
É muita loucura até hoje ainda existe circulando por grupos bem grande de pessoas que vão de encontro a algo mais lógico para virar um espécie de histeria sem o maior cabimento a não ser de defesa insana de um ideologismo sem fundamento.
E quando alguns mais sensatos tentam argumentar com esses surtados, enfrentam o discurso de ódio dos cabeça-ocas, que agridem, xingam e matam somente porque pensam diferente. É um absurdo tudo isso que ocorre porque o real passa longe do mundo da imaginação e dos Fake News que virou a razão de viver de muitos.
E o que fazer em meio a esse surto permanente para sobreviver num mundo atual, dividido e não aceitando quem tem ideias distintas das suas? É preciso perseverar! Um dia o surto passa, ficando o real e não o imaginário, nesse nosso Brasil!
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Rofa Araujo é jornalista, escritor (cronista, contista e poeta), mestre em Estudos Literários (UERJ), professor, palestrante, filósofo e teólogo