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Vidas ceifadas pela violência - Por Cristiana Souza


Ilustração: Nando Motta
Ilustração: Nando Motta

Nas últimas semanas fomos tomados novamente por revolta, tristeza e indignação com as mortes brutais de Moïse e Durval. O primeiro espancado covardemente até que a sua vida se esvaísse atrás de um quiosque na Barra da Tijuca e o segundo com três tiros ao tentar entrar em sua casa em São Gonçalo. Os dois negros e trabalhadores, clamaram para que não fossem mortos em seus últimos momentos de vida.


É notório que a partir de 2019, a violência aliada com elementos como o racismo, intolerância, preconceito, machismo, transfobia e uma política de estado genocida, vem crescendo a passos largos; a pauladas, a tiros e facadas em nosso país.


E somado a tudo isso, ainda temos a cruel realidade de viver numa sociedade onde se naturaliza a barbárie, pois não raramente vemos comentários de pessoas tentando justificar o injustificável quando mulheres são vítimas de feminicídio, quando pessoas negras e trans são assassinadas.


Veja o comentário desse ser desprezível que preside a Fundação Palmares, Sérgio Camargo, no Twitter sobre a morte bárbara de Moïse, que corrobora o dito acima:



Será que ainda lembraremos do Moïse e Durval após a mídia deixar de noticiar a brutalidade e racismo que envolveu os dois casos?


Viveremos o sofrimento e a dor sem fim dessas famílias que perderam seu filho, marido e pessoas queridas?





No ano de 2021, a Coalizão Solidariedade Brasil, uma rede formada por 18 entidades internacionais, com sede na França, lançou uma edição do Barômetro de Alerta sobre a situação de direitos humanos e ambientais no país.


O documento faz um balanço dos últimos dois anos das ações do governo brasileiro em três grandes temas: justiça social, justiça ambiental e espaços de democracia. Em cada um deles, são analisadas situações específicas como racismo e violência policial, violência contra a mulheres, população LGBTQ+ (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais, queer e outros), direitos trabalhistas e emprego, segurança alimentar, acesso à terra, povos tradicionais, meio ambiente, educação, violência política e liberdade de expressão.


"Publicado em janeiro de 2021, mês que marcou a metade do mandato da presidência do Bolsonaro, este Barômetro pôde servir como uma revisão intermediária dos efeitos da política governamental no domínio dos direitos humanos. Os resultados são claros: a violência, violações e as desigualdades só estão aumentando, visando populações específicas historicamente mais excluídos, incluindo povos indígenas e tradicionais, comunidades camponeses, mulheres, populações negras, pessoas LGBTQI+, habitantes de periferias", diz um trecho do documento. Informações obtidas no Brasil de Fato.


Que a nossa urgência de viver numa sociedade de paz, amor, tolerância e justiça social não seja apenas uma utopia.


Até quando iremos suportar tanta violência e mortes?

 

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Cristiana Souza é Assistente Social.











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