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Cabral está solto, mas sua pena é perpétua

Por Helcio Albano

O político estava preso desde novembro de 2016 em Bangu 8 e havia deixado a prisão em dezembro do ano quando passou a cumprir o regime de prisão domiciliar - Agência Brasil
O político estava preso desde novembro de 2016 em Bangu 8 e havia deixado a prisão em dezembro do ano quando passou a cumprir o regime de prisão domiciliar - Agência Brasil

O TRF2 decidiu, por 4x3, que Sergio Cabral Filho está livre pro rolé - desde que seja com tornozeleira. A decisão dos desembargadores deixou muita gente revoltada e com razão.


Afinal, como vil figura, corrupto confesso, condenado a mais de 400 anos de prisão em dezenas de processos, fica livre, leve e solto após pagar apenas 6 anos de cana? E ainda debochando da nossa cara com regalias e privilégios dentro das cadeias por onde passou?


Cabral é um canalha. E não é apenas porque roubou. Talvez seja esse o menor dos seus crimes, clepto-megalomaníaco que é. O que fez foi pior e sem perdão. Cabral corrompeu e profanou o espírito carioca leve e brejeiro de alegria, sedução e sagacidade que sempre amalgamou o Brasil.



A desmoralização, o fracasso e o descrédito desse espírito de comunhão civilizacional abriram caminho para a instalação de um novo ethos cínico, hipócrita e violento simbolizado no bolsonarismo no país.


Não é exagero. Antes dos escândalos que o fizeram renunciar na esteira dos protestos de 2013, Cabral era uma possibilidade real de ser presidente do Brasil num grande e irresistível arco de alianças que já se formava.


Não sei se os gonçalenses jamais o perdoarão pela política catastrófica das UPPs que nos tiraram o sossego. Ou se a cada chuva que ceifa vidas e nos causam prejuízos, iremos esquecer de sua ladroagem que não levou à frente a revitalização do Rio Imboaçu.


Mas a maior e impagável de suas penas vem do aviltamento da memória de seu pai, o vascaíno e íntegro Sergio Cabral.


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Helcio Albano é jornalista e editor-chefe do Jornal Daki.



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