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Como fica o cenário político em São Gonçalo até 2024?

Por Helcio Albano

Dimas e Nelson/Reprodução
Dimas e Nelson/Reprodução

Findas as eleições deste ano, as pessoas me procuram e perguntam: "Ó, oráculo! Como fica o cenário político em São Gonçalo daki pra frente?" Bom, as coisas estão se assentando ainda. Mas posso dizer com resoluta convicção que as disputas que virão girarão em torno novamente de PL (Altineu Côrtes) e PT (Dimas Gadelha).


Alguém poderia me indagar: "Peraí, porque você colocou o Altineu no lugar do prefeito capitão Nelson?" Simples. O dono da quitanda (governo) é o deputado de Santa Isabel. O ex-PM nada mais é que seu funcionário padrão, aplicado em fazer cosplay do Lavoura pelas ruas da cidade e ofender as pessoas com palavrões bem ao estilo bolsonarista de ser.


Política, minha gente, é a arte das composições. Então, muita atenção no que se desenrolará de Brasília. Porque os acordos selados agora e nos primeiros meses de 23 irão impactar diretamente e de forma inédita Gonça City.


Eu explico. Atrair o PL para a base do governo no Congresso é fundamental para que Lula tenha o mínimo de estabilidade política em governar. Sobretudo nesse primeiro ano cheio de granadas a se desarmar ao longo do caminho. E Altineu, turbinado com a liderança do partido na Câmara e coleção de vitórias expressivas no estado do Rio, participa diretamente das negociações onde São Gonçalo com certeza está na mesa.



Não se surpreenda se ouvir notícias de uma proposta de repactuação do governo Nelson oferecendo espaço ao PT a partir de uma negociação entre cúpulas partidárias vinda de Brasília. É mais do que sabido que o timoneiro do Centrão quer avançar sobre a fortaleza petista de Maricá e seu orçamento bilionário.


E não me assustaria se soubesse que São Gonçalo foi oferecida em uma bandeja para arrefecer o ímpeto do Coutinho mais bem sucedido das terras de Itaitindiba.


É bom saber que concomitante a essa hipotética macro-composição, também está em jogo desde agora o controle na cidade dos recursos do governo federal e do orçamento secreto, que se não for derrubado pelo STF, tem grande chance de ser perpetuar durante o governo Lula que nada ou muito pouco poderá fazer.


O PL, sabemos, jamais seria oposição. É sua natureza ser governista. E o Valdemar da Costa Neto - que negocia a saída de Bolsonaro do partido - prova isso em correr para saudar a vitória de Lula. Já pulou. Como também pulou o governador Cláudio Castro. Não será diferente em São Gonçalo. Resta saber quando e a que preço.


Até onde se sabe, Dimas e seu grupo estão com "sangue nos olhos" se preparando desde a derrota de 2020 em dar o troco no capitão. A campanha vitoriosa deste ano que o levou à Câmara Federal se organizou em torno disso e teve como principal mola propulsora a disputa de 2024 já com a nominata da federação, que inclui PCdoB e PV, que pensa eleger entre 5 a 7 vereadores nas próximas eleições.


Talvez pela primeira vez o PT de São Gonçalo se organiza no sentido de atuar de modo autônomo, orgânico e consistente em se tornar hegemônico na cidade entre as forças de esquerda e progressistas que sonham em ter algum tipo de protagonismo eleitoral.


A absorção do PT pelo governo Nelson seria uma tragédia e demonstração cabal de que o partido não aprende com seus erros adesistas do passado desde os governos Charles até Panisset.


Neste cenário, o Psol, sob a liderança do agora deputado estadual Prof. Josemar entraria com força pleiteando, com razão, o protagonismo entre essas forças órfãs do PT. O jogo é jogado.


Lembrando que esse é apenas um cenário. Comecei por um cenário bem radical. O que você acha?


Me debruçarei em outros nos próximos dias.

 

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Helcio Albano é jornalista e editor-chefe do Jornal Daki.


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