Enfia o tal teto de gastos em seu orifício meridional
Por Helcio Albano
E Lula chorou. E, por causa disso, o "deus mercado" reagiu com fúria. Dólar subiu, bolsa caiu e a "imprensa faria lima", assombrada pelo fantasma de uma pretensa irresponsabilidade fiscal petista, até ressuscitou agências de rating e de risco pra dar pancada no presidente eleito.
Histeria e terrorismo que não foram feitos em momento algum nos quatro anos do coisa ruim sob a batuta do Guedes na Economia. E muito menos após a implosão do tal teto de gastos com as PECs eleitoreiras pra reeleger o excrementíssimo. Que no fim das contas deram chabu e uma capivara de R$ 400 bi pra gente pagar.
Os mandachuvas da economia e os togados do sistema de Justiça, que são quem mandam de verdade no bagulho, inventaram uma linguagem própria de manipulação da realidade e da opinião pública. Não me aterei ao juridiquês, mas ao economês no que tange esse tal de teto, talquei?
O teto foi criado pra dar tranquilidade pro sistema financeiro deitar e rolar com os recursos do Estado. Limitado para investimentos sociais, mas liberado para remunerar o capital especulativo que detém a dívida pública do país através do pagamento de juros de rolagem desta mesma dívida. Parece e é agiotagem. Ou seja, pro povo o teto, pros donos da grana o piso onde o céu é o limite.
O chilique geral que tomou a grande mídia ocorreu quando Lula, no final de seu discurso no comando de transição no CCBB em Brasília nesta quinta (10) , chorou ao dizer que sua prioridade não é a política fiscal, mas acabar com a fome do povo brasileiro.
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Helcio Albano é jornalista e editor-chefe do Jornal Daki.