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Gonçalenses protestam contra leilão do Tamoio nesta sexta (22)

Patrimônio público e cultural é leiloado a ‘preço de banana’. Ato está marcado para às 10h

Clube possui amplo parque aquático/Foto: Divulgação
Clube possui amplo parque aquático/Foto: Divulgação

Patrick Guimarães - Contexto - A partir desta quinta-feira (21/10), o Tamoio Futebol Clube não pertence mais aos seus sócios, que desde 1917 colecionam muitas histórias vividas em suas dependências. Por causa de dívidas trabalhistas, calculadas em torno de R$ 1,5 milhão, que vinham se arrastando há anos, o imbróglio jurídico acabou resultando na venda do clube por R$ 2 milhões, em processo autorizado pela Justiça através de leilão. Sócios proprietários, frequentadores e a diretoria do Tamoio estão convocando um protesto na sede, às 10h desta sexta-feira (22/10).





Somente o anúncio sobre a venda do clube já seria uma experiência traumática, mas o que era ruim ficou ainda pior. Na manhã desta quinta-feira (21/10), o novo proprietário, Daniel Luz, e seus funcionários, chegaram no clube com uma retroescavadeira e um trator para já iniciar a demolição de parte da sua área construída.


‘Covardia o que estão fazendo’

O presidente do clube, Jorair Ferreira, garante que sua administração está recorrendo da decisão e se diz revoltado. “Todos estão muito surpresos e chateados com o que está ocorrendo. Além de tudo, o processo de avaliação do preço do imóvel ficou muito abaixo do valor real. Isso não pode acontecer, pois o clube é um patrimônio oficial da cidade. É covardia o que estão fazendo”.



Segundo nota divulgada nas redes sociais oficiais do clube, o Tamoio F.C. vale R$ 600 milhões, somando sócios, terreno e títulos. Entretanto, foi arrematado por apenas R$ 700 mil, mesmo já tendo sido avaliado pelo baixo valor de R$ 2 milhões.


Caiu no esquecimento

Em 2017, ano em que completou 100 anos, o clube passou a ser patrimônio público e cultural do município de São Gonçalo, através do projeto de lei 704/2017, do vereador Lecinho Bredas (MDB), atual presidente da Câmara de Vereadores de São Gonçalo, que deu o título ao espaço, e foi sancionado pelo então prefeito José Luiz Nanci (CIDADANIA), amigo do novo proprietário do clube.


Para muitos, sobrou iniciativa para aprovar a lei que homenageou a importância do clube, mas faltou empenho para mantê-lo na ativa enquanto patrimônio da cidade.



Como, aparentemente, ninguém tinha noção da situação tão complicada enfrentada pelo clube, todos foram pegos de surpresa. Nem mesmo os sócios tinham conhecimento sobre o que para muitos é uma tragédia que promete apagar parte da história da cidade.


Ver o Clube Tamoio ser vendido desta forma tem gerado comoção e espanto. “Como isso aconteceu?”, reflete um. “Inacreditável”, diz outro. E não é simples exagero, várias gerações têm ou tiveram suas vidas ligadas ao espaço social e esportivo.


Segundo comunicado da diretoria, o clube está fechado, as fechaduras foram trocadas, e os funcionários e associados que estavam nas dependências do imóvel, na quinta-feira (21/10), foram obrigados a se retirar.



O Tamoio F.C.

Com aproximadamente 8.760 metros quadrados, o clube foi inaugurado em 1917 e marcou a época de ouro dos carnavais, ao abrir a maior festa do Rio de Janeiro, dos anos de 1960 a 1980. O Tamoio também disputou competições estaduais de futebol.


Palco de muitos eventos e shows marcantes, incluindo estrelas nacionais e internacionais, o clube sempre ofereceu ambiente familiar, além de um parque aquático, ginásio poliesportivo, entre outros equipamentos. Nesta sexta-feira (22/10), a partir das 10h, manifestantes vão se reunir na sede do clube para questionar a decisão da Justiça, tendo como argumento o fato de o espaço ser tombado como patrimônio público e cultural da cidade, alegação usada para o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro. #TODOSSOMOSTAMOIO.



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