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Novos rumos para São Gonçalo - por Oscar Bessa


Igreja e ao fundo Brasilândia/Foto: Reprodução
Igreja e ao fundo Brasilândia/Foto: Reprodução

Ao completar 133 de emancipação política e administrativa São Gonçalo encontra-se diante de desafios e dilemas decisivos para sua história e trajetória.


Cabe, no entanto, ressaltar a precária memória, consequência da ausência de mecanismos de preservação de acervos e arquivos. Fato este que talvez seja o maior elemento da letargia de um povo, que parece ter aceitado de bom grado o destino das inseguranças e incertezas.


Refiro-me desta maneira por ser esta a palavra que melhor define o dia a dia da nossa população que sofre com a incerteza da garantia de direitos básicos, essenciais à vida como onde ir e vir, de acesso à saúde, educação, moradia digna, cultura, lazer, entretenimento e tudo que tem direito.


Como em todo ciclo, ao inaugurarmos mais uma primavera, fazemos balanços e projeções. Nossa São Gonçalo do passado industrial tem nas ruínas de suas fábricas o apagamento de um tempo em que aqui produzíamos e empregávamos; não temos mais laranjais, coqueiros e tintas Internacional.



Tudo isso em um momento de crise e reorganização do setor produtivo é verdade, mas com um poder local que acha que pintar meio fio, tapar buraco e maquiagem de asfalto é transformar um município com mais de um milhão de habitantes cujo o chefe do executivo municipal é o maior empregador é no mínimo preocupante.


Nossa localização privilegiada as margens da Baía de Guanabara e cortada por uma BR e uma RJ nos potencializa na conexão com a nossa região e com o país e o estado, mas o que tem sido proposto para dinamizar o modelo econômico local?


É tempo de pensar a organização da cidade de modo que possamos virar esse jogo. Estabelecer novos ambientes produtivos e modernizar o funcionamento urbano, fazendo das tecnologias um vetor de desenvolvimento e empregabilidade.


Construir iniciativas regionais que distribuam renda e gerem riquezas como por exemplo moeda social, estabelecer práticas ambientalmente sustentáveis atraindo recursos do mercado de carbono e valorizar nossos artistas e fazer da criatividade da gente local um ativo econômico.


A cada dia fica mais urgente a necessidade de colocarmos em práticas ações que mudem a realidade e o horizonte posto a todos os gonçalenses que anseiam por novos rumos na direção dos direitos garantidos constitucionalmente, pois nossa cidade merece dignidade, e desenvolvimento pois só assim vamos reverter o quadro de esvaziamento social e econômico, e voltaremos a ter uma cidade onde seus cidadãos tenham qualidade de vida digna e orgulho de habitar por essas bandas resgatado.


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Oscar Bessa é geógrafo e dirigente estadual do Partido dos Trabalhadores do Rio de Janeiro (PT).



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