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São Januário, Glauber Braga e o sadismo dos poderosos

Por Helcio Albano

Glauber, Marina e São Januário/Fotos: Reprodução
Glauber, Marina e São Januário/Fotos: Reprodução

Quem tem acesso à história da formação social do Brasil se depara com um povo alegre e festeiro. Mas, ao mesmo tempo, com uma elite branca patrimonialista e sádica. Há um quê de permanência nas coisas; que vêm desde os "castigos" impostos aos pretos escravizados de ontem até chegar ao extermínio de favelados de mesma cor de hoje.


E se o status quo autoritário e excludente é tensionado, digamos, pelo fim dos privilégios de castas desta elite, a brutalidade estatal transcende o racismo. E, no extremo, se realiza nos porões da ditadura, que torturou e matou sem dó branco de classe média. Aliás, dicas de leitura sobre isso pra quem tem estômago: Brasil nunca mais (1985) e o conto Baratária (2019), de Rodrigo Santos.



Duas decisões da Justiça na última semana saltam aos olhos. Uma sobre a interdição do estádio de São Januário imposta ao CR Vasco da Gama pelo TJRJ e, a outra, a multa estapafúrdia de R$ 1 milhão ao deputado Glauber Braga (Psol), aplicada por um juiz de piso de Friburgo. Aqui futebol e política se misturam, vítimas da mesma estupidez do Judiciário.


Não há razão plausível para a interdição do estádio, apenas clubismo togado e preconceito contra os moradores da Barreira do Vasco pra prejudicar o Club, em pleno centenário do título dos camisas negras, jamais perdoado pela elite carioca.


A história do Vasco é isso. Por isso o Vasco é o Vasco. Mas agora, não é possível que um cidadão, deputado, quem for!, seja punido de modo tão desproporcional por se manifestar livremente dentro das regras da democracia.


Toda solidariedade ao Glauber!


Plus

Contextualizando: Há duas semanas, a deputada estadual Marina do MST (PT) foi impedida com violência de realizar uma plenária pública de prestação de contas na praça central de Lumiar (Friburgo).


Bônus

Uma horda de bolsonaristas, mobilizados pelo WhatsApp por uma turma da localidade de São Pedro, vizinha a Lumiar, foi pra cima da parlamentar e dos seus correligionários com xingamentos e até agressão física.


O caso correu o Brasil e gerou solidariedade a deputada por todo o país, inclusive em São Gonçalo, com manifestação da veredora Priscilla Canedo (PT) condenado o ato violento.


Bônus Track

Diante do fato inaceitável contra a livre manifestação democrática, o deputado Glauber Braga organizou um ato em Lumiar em desagravo a Marina, que foi proibido pelo juiz Sergio Louzada, da 1ª Vara Cível de Friburgo.


Glauber desmarcou o ato, mas num ato solitário, foi até Lumiar para denunciar o ocorrido. Isso lhe valeu a multa do juiz, um óbvio abuso de poder e autoridade, já que a punição é de penhora total dos rendimentos do parlamentar. Inclusive verba de gabinete.


Bônus Track-Track

O Louzada não puniu os agressores. Mas quem foi defender os agredidos.


Questão de classe.


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Helcio Albano é jornalista e editor-chefe do Jornal Daki.





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