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Celebrando a visibilidade lésbica

Por Félix Lino

Diversas atividades promovidas por movimentos de 6 estados agitam o mês da visibilidade lésbica - Paulo Pinto/ Fotos Públicas
Diversas atividades promovidas por movimentos de 6 estados agitam o mês da visibilidade lésbica - Paulo Pinto/ Fotos Públicas

O Dia do Orgulho Lésbico (19/09) bem como o Dia Nacional da Visibilidade Lésbica (29/09) têm propósitos diferentes, mas celebram a mesma luta.


No calendário da diversidade, agosto é o Mês das Lésbicas. Momento não só de lembrar as pessoas com essa orientação sexual, mas de reforçar a existência e a luta por igualdade, direitos e inclusão das mulheres lésbicas.


Sobre o Dia Nacional do Orgulho Lésbico 19 de agosto: Esta data foi definida após protestos organizados por Rosely Roth, ativista LGBTQIA+, em frente ao Ferro’s Bar, na capital paulista, em 19 de agosto de 1983. O Ferro's Bar era um ponto de encontro da comunidade na época e o episódio ficou marcado como o "Stonewall brasileiro". O dia 19 foi escolhido após a morte de Rosely, como forma de lembrar a constante luta da ativista.


O Mês da Visibilidade Lésbica teve origem no 1° Seminário Nacional de Lésbicas, em 1996, promovido para chamar a atenção e lembrar a existência da mulher lésbica, as violências sofridas por elas e o direito delas na sociedade machista e patriarcal. O dia ficou marcado como Dia Nacional da Visibilidade Lésbica, celebrado em 29 de agosto.


Para a comunidade lésbica, ter um mês voltado para sua inclusão e visibilidade reforça a importância de combater a lesbofobia e o apagamento da sexualidade feminina.



Particularmente venho me perguntando desde antes de me descobrir Homem Trans (pois já fui lésbica rss), por que quase não vemos mulheres lésbicas nos movimentos feministas, embora sejam muito unidas (uma grande massa até), muito imponentes nas suas reinvindicações e muito fortes. Cheguei à conclusão que até nos movimentos feministas tem um pouco de machismo e preconceito.


Conheço muitas lésbicas que são e dão orgulho para nossa comunidade, que estão na luta e que fazem a diferença. Na mídia por exemplo: Na política tivemos Marielle Franco e temos Monica Benício, na música temos Ana Carolina, Daniela Mercury e muitas outras, na tv temos a apresentadora Fernanda Gentil e a atriz Nanda Costa, e tantas outras.... São Gonçalo não é diferente, temos grandes exemplos como nossa vereadora Janilce Magalhães que é um orgulho pra nós, temos a jornalista Cátia Falcão, temos a produtora de eventos Monica Sant"Anna que promove o evento Domingueira do Mulheres futebol clube, temos na música a cantora Jolly Ribeiro, DJ Thayna Santos, a ativista Tainana Barbara que é psicóloga, e tantas outras...


Mulheres lésbicas, assim como outras pessoas da população LGBTQIA+, sofrem com a invisibilização de suas vivências e com violências e/ou constrangimentos cotidianos.

No ambiente laboral, esta realidade não é diferente: uma pesquisa realizada em 2019 pelo portal de recrutamento Elancers mostrou que cerca de 20% das empresas brasileiras se recusariam a contratar uma pessoa se ela se identificar de forma não cis-heteronormativa.


As mulheres lésbicas enfrentam em maior ou menor amplitude, a depender das interseccionalidades – como questões étnico-raciais e sociais – dificuldades desde a escolarização, e isso se reflete na empregabilidade. Só pelo fato de ser mulher já tem uma desvantagem muito grande no mercado de trabalho, quando elas ocupam um lugar de lésbica, negra, periférica, mãe solo e etc, a gente acaba percebendo que desde os primeiros passos na vida escolar e acadêmica elas não têm as mesmas oportunidades que os demais. Somado a este histórico de oportunidades negadas ao longo da vida, as mulheres lésbicas carregam uma série de estereótipos. Imaginam-se que a mulher lésbica só usa camiseta, tênis, calça jeans, tem cabelo curto, e aí quando vai participar dos espaços sociais e processos seletivos elas começam a ser questionadas já neste sentido.


Muitas vezes, para conquistarem uma vaga no mercado formal, terem sucesso na carreira autônoma ou ascenderem em uma empresa, estas pessoas precisam esconder quem são, o que gera intenso sofrimento psíquico. O não falar implica em um adoecimento psicológico que pode levar, por exemplo, à ansiedade, depressão, etc. Consequentemente, a uma queda de desempenho pela pessoa estar ansiosa, deprimida e não conseguir estabelecer conexões humanas.


A solução para todos os problemas que afetam as mulheres lésbicas não virá apenas com uma ação, mas a partir de um esforço coletivo de pessoas e instituições. Se hoje a causa LGBTQIA+ está em voga e cada vez mais presente na mídia, isso não necessariamente se reflete em menos segregação e preconceitos.


Será que estamos sendo mais aceitos pela sociedade ou a gente (LGBT+) tem resistido muito mais?


Elas e nós temos pouco o que comemorar neste mês de agosto, apenas um ou dois dias entre os 365 em que as mulheres lésbicas seguem invisibilizadas em suas demandas, seja de saúde mental, saúde física, trabalhistas ou sociais.


Deixo vocês agora com 5 frases proferidas pela sociedade hétero normativa que fazem parte do cotidiano dessas mulheres mas deveriam ter uma penalização severa no país:


1- "Que desperdício!"

2- "Parece homem!"

3- “Você só é assim porque nenhum homem te pegou de jeito”

4- “Você teve algum trauma com homem pra virar lésbica?”

5- "Como vão ter filhos?"


E uma 6° frase bônus que não podemos deixar de mensionar: "Só não te estupro porque você não merece!"


O Brasil é o país que mais mata lgbti+ no mundo, mesmo com dados desatualizados e índice de violência contra as mulheres LBT também desatualizado, continua crescendo cada vez mais. Pode continuar essa leitura AQUI e AQUI.


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Félix Lino é presidente do grupo Liberdade Santa Diversidade em defesa dos direitos humanos.

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