Pedagogo, profissão ou função
Por Edir Tereza dos Reis
O debate sobre os pedagogos permanece na pauta educacional. Os pesquisadores do tema se dividem sobre a natureza do cargo: o pedagogo é um técnico da educação que se encarrega das questões administrativas e documentais na escola - elaborar projetos, conferir diários e afins ou o pedagogo é um professor habilitado para responder pedagogicamente pela escola: organizar projetos, articular ações com a comunidade e afins. No último caso, se o pedagogo é um professor, qualquer professor pode ser um pedagogo?
No chão da escola parece que a resposta é sim - inúmeros e com as mais diversas habilitações são os professores desviados na função de coordenador, orientador educacional, orientador pedagógico ou ainda supervisor - sinônimos que variam nos sistemas de ensino para designar o profissional que orienta os professores regentes nas questões didático-pedagógicas e que também é responsável pela documentação escolar. Neste caso, atuando nas dimensões técnica e pedagógica.
E se atua como professor especialista por que os direitos e vantagens dos professores regentes também não abrangem este profissional? Infelizmente, alguns professores regentes de outras disciplinas reagem estranhamente e consideram legítimo que pedagogos escolares não tenham os mesmos direitos que os professores regentes. No entanto, vários atuam na função de pedagogo escolar ou supervisor educacional.
E o mundo neoliberal que tem ouvidos atentos ouve: nos sistemas educacionais o pedagogo escolar é raro. Os concursos públicos para Orientador Pedagógico, Orientador Educacional e Supervisor Educacional são cada vez mais escassos, com baixos salários e nenhum direito ou vantagem. A estabilidade, neste caso, virou uma ilusão, pois os que ingressam na profissão rapidamente exoneram pelas duríssimas condições de trabalho. Os antigos permanecem na resistência.
Sobre a função de Supervisor Educacional, normalmente se mescla com o Inspetor Escolar da década de 60/70 quando esta função era de controle e fiscalização com natureza punitiva e em alguns sistemas é sinônimo de orientador pedagógico.
Concluindo com a especificação de função, que está relacionada às atividades específicas que devem ser realizadas em um determinado cargo e a profissão que engloba um campo de atuação mais amplo, exigindo uma formação específica. Percebemos que muitos profissionais exercem a função mas que nós pedagogos somos os únicos profissionais no exercício da função e me perdoem, mas pedagogia, não é para amadores.
Os aspirantes a pedagogo e os pedagogos de carreira se unem em prol da regulamentação da profissão. Os pesquisadores fomentando a discussão sobre a natureza de professor ou de especialista do pedagogo agregam a esta categoria o valor social que merecem como protagonistas no sistema educacional: a roda gira e somos o eixo - Viva a Pedagogia!
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Edir Tereza dos Reis é Orientadora Pedagógica (PMDC), Supervisora Educacional (PMSG), Psicopedagoga, especialista em Neurociências, membra do Coletivo ELA – Educação Liberdade para Aprender e colaboradora da Coluna "Daki da Educação", publicada às sextas.
