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Crise hídrica: enquanto Rio vai mal, São Gonçalo segue bem na fita



Enquanto boa parte do Rio de Janeiro teme uma possível escassez de água, quem mora em Niterói, São Gonçalo e Itaboraí, pode ficar tranquilo. O Rio Macacu, principal abastecedor dessas cidades, está com o volume normal e não há risco iminente de racionamento de água. A equipe de A TRIBUNA percorreu os rios Macacu, Macuquinho, Rio Branco, Jacutinga e Apolinário, todos em Cachoeiras de Macacu, para conferir a atual situação. Especialistas e funcionários da Cedae que trabalham nesses locais também confirmaram que o nível continua aceitável. De acordo com um funcionário da Cedae, que preferiu não se identificar, o nível do Rio Macacu está 15 centímetros abaixo do normal referente há dez anos e não há estiagem de 2015.

De acordo com a Secretaria de Estado de Ambiente (SEA) a captação da água para Niterói, São Gonçalo e Itaboraí, ocorre no Canal de Imunana, formado pelas bacias dos rios Macacu e Guapiaçu. Até o presente momento, não apresenta anormalidades. Entretanto, a Secretaria afirmou que permanece vigilante e não descarta nenhuma possibilidade.

De acordo com o biólogo e morador de Cachoeiras, Luiz Cogick, no momento não é preciso se preocupar com a escassez de água e sim com a qualidade da mesma. Ele comentou que o Meio Ambiente tem sofrido muitas agressões por parte do homem e que isso tem interferido na qualidade da água. O desmatamento e as ocupações irregulares são os principais fatores que agridem a natureza.

“O desmatamento e as ocupações irregulares fazem com que os rios fiquem assoreados e dá a impressão de que tem menos água. Mas, na verdade ele está correndo mais lentamente por conta desse assoreamento. Esse mesmo volume que está aqui no Rio Apolinário, numa área preservada, é diferente numa área já habitada e degradada. Estamos vivendo num momento cíclico, onde a Terra está mais perto do sol, com isso temos mais calor e evaporação, tanto na parte vegetativa quanto na hídrica”, disse.

O biólogo comentou que as principais captações e contribuintes do principal rio da Baía de Guanabara em volume, o Rio Macacu, estão bem preservados porque estão dentro de uma unidade de conservação, o Parque Estadual dos Três Picos. No entanto, ele alertou que o nível dos rios cai no período de inverno, época que chove menos.

Um funcionário da Cedae que trabalha numa Estação de Tratamento em Cachoeiras corroborou informando que os rios que abastecem Niterói, São Gonçalo e Itaboraí estão num nível considerado bom, entretanto, ele alertou para a necessidade de economizar. Ele disse que o volume não diminuiu devido a estiagem de 2014 e início de 2015.

“O volume está 15 centímetros mais baixo em comparação com dez anos atrás e não por conta da falta de chuva. Há anos essa barreira do Rio Macacu era coberta, hoje não é mais. É preciso ter responsabilidade, além de saber economizar e evitar destruir a natureza. Muita gente está desmatando”.

Sujeiras nas margens

Diversos rios da cidade de Cachoeiras de Macacu estão sendo agredidos com despachos de rituais religiosos. No Rio Macuquinho, por exemplo, havia velas, galinhas mortas, garrafas, panos vermelhos, entre outros materiais. Para o biólogo, esse tipo de ação é poluente e agride a natureza de forma direta. Ele sugere ao Governo do Estado a criação de florestas sagradas, que são espaços específicos para rituais religiosos.

Barragem do Guapiaçu

A barragem do Rio Guapiaçu será construída no município de Cachoeiras de Macacu e tem por finalidade regularizar a vazão do Rio Guapiaçu para garantir a estabilidade do abastecimento para a região de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí, Maricá e Cachoeiras de Macacu. No momento, o Estudo de Impacto Ambiental (EIA/Rima) está em fase de reavaliação, na qual será intensificado o diálogo com a sociedade do entorno da represa.

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