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Proteção e controle animal em debate na Câmara e um flagrante no Rocha



Rocha, sexta-feira, 7 horas da noite. Uma mulher de mais ou menos 40 anos atravessa a rua com dois potes plásticos nas mãos. Um com água e outro com ração, e os deposita no chão, ao lado de um canteiro de plantas rente a um terreno baldio.

Outra mulher se aproxima e conversa com um simpático aposentado sentado ao meu lado desfrutando a sua cerveja: "São quatro cachorros que estão abandonados depois que o seu dono morreu. A gente que tá cuidando deles", diz em tom melancólico.

Passo a mão no celular e pelo messenger narro a situação a uma amiga, ativista da causa de proteção aos animais em São Gonçalo. Ela me pergunta: "São velhos (os cachorros)?"

Pergunta pertinente. Envolvida em várias campanhas de adoção dos bichanos, sabe muito bem das dificuldades de as pessoas adotarem um cão ou gato jovens, que dirá um animal já adulto ou idoso. E, impotente, conhece de perto a realidade dos cuidadores voluntários e anônimos que muitas das vezes adoecem e se exaurem financeiramente pela causa.

Resultado: os quatro cães malhados continuarão abandonados pelas ruas do Rocha, contando apenas com a solidariedade possível das jovens senhorinhas acima. Sujeitos a contrair e a transmitir toda sorte de doenças, à reprodução descontrolada, à morte por atropelamento.

Por que? Porque em São Gonçalo não existe políticas públicas e mecanismos de proteção aos animais que, por extensão, são relacionados à saúde de todos.

Esse é o motivo do encontro que ocorrerá na próxima segunda (05) na Câmara de Vereadores. A Audiência Pública, pedida pelo Movimento de Proteção aos Animais, é mais uma tentativa de regulamentação da lei 457/2012 pelo Executivo, que também dispõe sobre a criação de um conselho municipal para tratar do tema. A lei é de autoria do vereador Marlos Costa, que presidirá a audiência.

Onde: Câmara Muncipal de São Gonçalo, Rua Feliciano Sodré, 100.

Quando: Segunda-Feira, 05, às 19 horas.

Atualização às 13:02: um dos cães já foi atropelado e morto. São apenas três agora.

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