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Mulim é o doutor Charles de 2016?



Eu sou você, amanhã?

Muita gente que vive e respira política na cidade crava que o governo do prefeito Neilton Mulim lembra e repete a experiência desastrosa de Henry Charles, ou doutor Charles (2001/2004), à frente da prefeitura. Essa opinião, muito mais um vaticínio, nos leva a crer no insucesso eleitoral de Mulim no próximo dia 02 de outubro quando tentará a reeleição. Será?

Para quem não se lembra ou não viveu, doutor Charles governou a cidade após derrotar Edson Ezequiel no pleito de 2000. Fez um governo confuso, com altos e baixos e alguns escândalos, o mais notório deles envolvendo a Secretaria e a Fundação de Saúde, na época tendo à frente da autarquia o deputado e atual candidato José Luis Nanci.

Em 2015 Nanci foi condenado a pagar multa no mesmo processo que tornou Charles inelegível. A Justiça considerou os réus culpados por improbidade administrativa por não combaterem a epidemia de dengue que castigou a cidade entre 2000 e 2001, além de terem usado para outros fins recursos repassados pelo SUS para combater o Aedes Aegypti. Mas essa é outra história que iremos contar em momento oportuno.

O que queremos saber agora é: Mulim é o doutor Charles de 2016?

Politicamente os dois estão em posições bastante distintas. Enquanto Charles no final do governo ficou completamente isolado, Mulim hoje goza de apoio irrestrito de pelo menos 18 dos 27 vereadores. Dez partidos estão alinhados pela reeleição do prefeito, inclusive o poderoso PMDB.

O maior jornal da cidade, O São Gonçalo, fazia oposição feroz a Henry Charles. O periódico hoje é literalmente o Diário Oficial do prefeito, que enfrenta oposição apenas de raros jornais alternativos e do alcance duvidoso das redes sociais da internet na cidade.

Diferentemente do que Charles enfrentou em 2004, Mulim terá adversários que saíram de suas 'costelas' e que até pouquíssimo tempo compuseram o seu governo ou ficaram numa posição de 'neutralidade', que em política equivale a apoio. São eles: Dilson Drumond, Dejorge Patrício, José Luiz Nanci e, em certa medida, Diego São Paio.

Até prova em contrário, esse ano não teremos um fenômeno eleitoral como foi Aparecida Panisset, que levou a eleição no 1º turno com apoio político maciço dos evangélicos, e que hoje estão pulverizados em pelo menos 5 candidaturas.

Assim como doutor Charles, Mulim também tem a sua Elaine; irmã e chefe de gabinete, com fama de autoritária e centralizadora, mas nada comparado à bomba relógio Elaine Costa, ex-deputada federal, mulher de Charles, envolvida até o último fio de cabelo na Máfia dos Sanguessugas, que superfaturava ambulâncias e que causou ao então prefeito diversos constrangimentos no exercício do mandato.

Se Mulim tem hoje o secretário de Saúde Dimas Gadelha na vitrine, Charles tinha o professor Helter Barcellos na Educação.

Até julho muitos apostavam - inclusive este que vos escreve - que Mulim desistiria da candidatura dado o seu aparente isolamento político e partidário. Em cima do laço ele reorganiza a base de sustentação política consolidando a sua condição natural de protagonista por ser o atual prefeito, renovando energias senão para uma vitória, mas para pelo menos chegar ao 2º turno.

Muitas semelhanças marcam os dois governos, inclusive a percepção atual de muitos gonçalenses de ser um governo ruim. Mas as diferenças são maiores. Afinal de contas, Neilton Mulim também foi secretário de Charles, e deve ter aprendido muito com a desgraça do colega.

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