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Bateu o desespero - por Dimas Gadelha


Fila para pegar última parcela do Auxílio Emergencial em Sergipe(Foto: Reprodução)
Fila para pegar última parcela do Auxílio Emergencial em Sergipe(Foto: Reprodução)

Bateu o desespero. E gente desesperada é capaz de qualquer coisa. Até passar por cima de nossa lei maior abaixo de Deus que é a Constituição Brasileira e todo regramento republicano. Ainda que com as melhores das intenções, quando todos sabemos que é por puro oportunismo barato e irresponsável, que fatalmente deixará o país numa sinuca de bico fiscal em 2023, deixando no chinelo a farsa das "pedaladas" da Dilma, pretexto de sua queda em 2016.


O governo Bolsonaro, que transita entre o abjeto, o inepto, o trágico e o catastrófico, sabendo que tem prazo de validade vencido, se uniu ao centrão para, além de mudar as regras do jogo no meio da partida, fazer um gol de mão na tentativa de levar o "campeonato", contra todos os prognósticos que cravam a vitória de Lula em outubro, muito provavelmente já no primeiro turno.


Segundo uma conta rápida do insuspeito jornal O Globo, o somatório de "bondades eleitorais" promovido somente este ano pelo governo federal e Congresso já ultrapassa R$ 343 bilhões. Montante esse que já inclui os R$ 41,2 bilhões empenhados pela "PEC Kamikaze" aprovada no Senado em dois turnos e que deve passar sem maiores dificuldades na Câmara sob o aliado de primeira hora de Bolsonaro, Arthur Lira (PP), o dono do orçamento secreto.


É muito dinheiro? É, mas não suficiente para suprir as necessidades atuais dos brasileiros que padecem com um governo mais que incompetente, cruel com seu povo. Povo que sofre com o desemprego, a fome e com um país que não sai do atoleiro há pelo menos seis anos.


Portanto, qualquer coisa que se faça para amenizar esse sofrimento é bem-vindo, mesmo que dentro de um contexto de estelionato eleitoral. Que é o que o Bolsonaro e o centrão apostam para bater Lula e garantir seus esquemas nos próximos anos, com salinha secreta e tudo. Mas vão quebrar a cara porque o povo não é besta.



Estudos da UFRJ elaborados a pedido da Federação Única dos Petroleiros (FUP) apontam, por exemplo, que a parcela dos preços dos combustíveis em nossa inflação cada vez mais endêmica é de pelo menos 33%.


Isso quer dizer que, grosso modo, que a composição dos preços nos supermercados poderia ter um impacto 33% menor caso o governo tivesse coragem para acabar com a aberração da política de paridade de importação (PPI) da Petrobras, que dolarizou tudo, que deixa a cotação dos combustíveis ao sabor dos humores internacionais e do apetite dos acionistas estrangeiros.


Bolsonaro não faz isso porque, além de covarde, trabalha contra os interesses do Brasil e de sua soberania. Contribuindo com sua espoliação diária que deixará uma sinistra herança. A missão de Bolsonaro é destruir e massacrar o seu povo.


Os trabalhadores têm clareza de quem está ao seu lado desde a pandemia, quando foram instituídos o auxílio emergencial de R$ 600 e outras medidas de proteção sanitária. E, ironicamente, também sabem que foi Lula, mesmo que indiretamente, o responsável por Bolsonaro fazer alguma coisa agora em benefício do povo.


Deus sempre escreve certo, mesmo que por linhas tortas.

 

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Dimas Gadelha é médico sanitarista, ex-secretário de Saúde de São Gonçalo e ex-secretário de Gestão e Metas de Maricá.








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