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Literatura de Cordel made in São Gonçalo - por Erick Bernardes


Foto foi cedida por Ezequiel
Foto foi cedida por Ezequiel

O título que dei a esta crônica serve para informar (ou lembrar) de um dado bastante relevante: há em SG dois excelentes escritores de literatura de cordel. Sim, exatamente, falo de poetas muitíssimo criativos, uma dupla e tanto de cearenses que escolheu nossa cidade para morar.



O cordel é hoje patrimônio imaterial do Brasil e temos a sorte de contar com a literatura de Ezequiel Soares e Zé Salvador. O primeiro, poeta mais jovem, porém já considerado ótimo metrificador dos versos que se dispõe a escrever. Nascido em Reriutaba, no Ceará, atualmente morador do Jardim Catarina, esse rapaz no auge dos seus 21 anos se revela sobremaneira atuante e já escreveu Ezequiel: o cangaceiro irmão de Lampião; A chegada de um alienígena no Brasil; Um vislumbre amarelo e Suspiros pensantes, quatro obras de cordel da melhor qualidade e cuja capacidade de criação merece vênia.



O segundo escritor referido é cearense de Tianguá, tem 66 anos, reside há décadas no bairro Mutuá e se encontra hoje entre os melhores e mais produtivos cordelistas do Brasil. É acadêmico da ABLC - Literatura Brasileira de Literatura de Cordel e não raro promove palestras, oficinas e minicursos sobre a arte de versejar. Zé Salvador é criador da primeira série de folhetos cujo tema enfoca nosso município. Isso mesmo, trata-se da série São Gonçalo em cordel, e que já conta com nove títulos com temática bastante íntima de nós gonçalenses, são eles: Ilha de Itaoca, uma história de cinema em São Gonçalo; Ilha do Sol, Luz del Fuego e o naturismo em São Gonçalo; Grande Prêmio de Neves, o automobilismo em São Gonçalo; Carlos Gianelli, um Cônsul uruguaio nas terras gonçalenses; Palacete do Mimi no Boqueirão Pequeno; Reminiscência: gonçalenses da Fazenda Colubandê; As duas faces do Relógio do Sol contam as horas em SG; Falando em Folia de Reis, me lembrei de São Gonçalo e A Revolta da Cachaça no choro do alambique.



A série é um passeio por nosso município e nos faz despertar o sentimento de pertencimento. O leitor é capaz de se surpreender com a história do mafioso italiano Tommaso Buschetta, quando este se escondeu na ilha gonçalense de Itaoca, em tempos remotos. Também conhecerá sobre a vida da incomparável dançarina Luz del Fuego, com suas performances nudistas acompanhadas das suas cobras amestradas. Saberá ainda acerca do empresário visionário que já foi nome de praça e se fez responsável pela circulação de bondes na cidade. Sem falar do Palacete do Mimi, localizado no bairro São Miguel, e a Revolta da Cachaça ocorrida há séculos em território gonçalense. Para quem gosta de histórias concernentes à Fazenda Colubandê, os textos são um prato cheio de curiosidades históricas. Esses e muito mais assuntos são narrados através dos versos rimados e instrutivos característicos do cordel de Zé Salvador.


Percebe a importância de valorizarmos nossos artistas? São escritores que tiram do próprio bolso para levar arte aos munícipes que talvez nem saibam de toda essa produção literária. Verdade, de fato um privilégio podermos tê-los vivendo aqui em nossa cidade.


*Para quem quiser adquirir as obras ou mesmo conversar com os cordelistas citados nessa crônica, são esses os seus contatos:


Zé Salvador: WhatsApp 9 8027 4279

Facebook Zé Salvador 98027 4279.


Ezequiel Soares: E-mail: ezequielalcantara809gmail.com

Whatsapp: (21) 965704820

Instagram: @ezequiel_alcantara28

Erick Bernardes é escritor e professor mestre em Estudos Literários.








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