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Trabalhadores ocupam ponte



Cerca de 150 funcionários da empresa Alumini que prestavam serviços para o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) interditaram as cinco faixas da Ponte Rio-Niterói no sentido Rio durante manifestação no fim da manhã de ontem. Munidos de cartazes eles realizaram o protesto, por volta das 11h30min, para chamar a atenção do poder público para as recentes demissões dos funcionários do polo petroquímico, em Itaboraí. Por volta de 12h40min funcionários da CCR Ponte também interditaram as pistas no sentido Niterói a pedido da Polícia Rodoviária Federal (PRF). O objetivo dos manifestantes era chegar até a sede da Petrobras, no Centro do Rio. Todo o efetivo da PRF precisou ser acionado para negociar a saída dos manifestantes da principal via de ligação entre Niterói e Rio. Uma faixa da Ponte no sentido Rio foi liberada por volta das 13h50min. O fluxo também foi afetado no sentido Niterói, já que muitos curiosos pararam seus veículos para ver o que acontecia.

A interdição da via causou congestionamento nos acessos do elevado: BR-101, Alameda São Boaventura e Avenida Marquês do Paraná. Na Niterói-Manilha, o engarrafamento alcançou oito quilômetros, entre o Piscinão de São Gonçalo e a subida da Ponte.

A concessionária CCR Ponte colocou em ação um plano de emergência. Diversos funcionários da empresa foram deslocados para ordenar a passagem dos manifestantes. Alguns carros particulares paravam no sentido Niterói para dar água para os manifestantes, o que demonstrou muita organização no protesto. A manifestação foi organizada pelo Sindicato dos Trabalhadores Empregados nas Empresas de Manutenção e Montagem Industrial do Município de Itaboraí (Sintramon). Reforço nas barcas – Para chegar ao Centro do Rio só mesmo por água. Para atender ao aumento de demanda proveniente de manifestação a CCR Barcas preparou viagens extras. Por volta das 13h20min a CCR Barcas registrou um aumento de 20% na demanda.

Crise que já dura há anos Marcel Magalhães A manifestação dos trabalhadores do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) por algumas das principais vias da Região Metropolitana, como a Ponte Rio-Niterói e Avenida Francisco Bicalho, pode ser considerada o ápice de uma crise que vem se arrastando há anos. Desde 2013 que operários buscam reajustes e melhorias das condições de trabalho do polo em Itaboraí, porém as reivindicações foram sempre marcadas por greves e enfrentamentos. Ontem, o principal objetivo dos trabalhadores foi pressionar a Petrobras, responsável pelo empreendimento, a chegar a uma resolução sobre os problemas trabalhistas envolvendo a construção do sitio energético.

O protesto foi promovido pelo Sindicato dos Trabalhadores Empregados nas Empresas de Manutenção e Montagem Industrial do Município de Itaboraí (Sintramon). Durante uma reunião realizada na manhã de ontem, entre sindicalistas e operários da Alumini Engenharia, foi decidido organizar um ato de protesto em frente a sede da Petrobras, na Avenida República do Chile, Centro do Rio. A Alumini é responsável por parte das obras no polo petroquímico, porém teve suas contas bloqueadas pela justiça trabalhista e não pode pagar direitos como rescisão contratual, décimo terceiro e salários referentes ao mês de dezembro e janeiro para cerca de 2.500 operários, além de benefícios como vale alimentação e plano de saúde.

Segundo um funcionário da Alumini, que participou da manifestação mas preferiu não se identificar, o protesto condiz com a realidade dos operários. Alguns, inclusive, estão sem receber há três meses. “A situação está muito tensa, porque alguns companheiros estão passando por muitas dificuldades. Sem dinheiro para pagar escola para os filhos, deram entrada em compras e agora não tem condições de pagar, outros até estão em situação de passar fome. A coisa não pode continuar assim”, desabafou. “Os corruptos que roubam as empresas e o trabalhador é que paga? É justo isso?”, disse o mecânico montador.

A ideia de descer na Ponte Rio-Niterói e dar início ao protesto, interrompendo a via, partiu das lideranças do movimento ainda no interior dos quatro ônibus rumo ao Rio. “O pessoal trocou mensagens pelo celular e chegou a conclusão de que a nossa atitude teria um grande impacto se começasse na ponte. Foi o que fizemos”, contou outro operário.

Em nota, a Alumini afirmou que "está sendo impedida pelo contratante das obras, a Petrobras, de dar continuidade aos trabalhos". "O salário de dezembro, que deveria ter sido pago em 5 de janeiro, sofreu atraso em razão do bloqueio judicial das contas da empresa. Sem que a Petrobras liberasse os aditivos contratuais, que somam mais de R$ 1,2 bilhão, a Alumini foi obrigada a pedir recuperação judicial", alegou a empresa, que acusa a Petrobras de ter rompido o contrato "unilateralmente".

A Petrobras informou que "sempre esteve em dia com suas obrigações" e que rescindiu os contratos com a Alumini por "descumprimento das obrigações da contratada, tais como o não atendimento das determinações regulares da fiscalização do contrato, a lentidão na prestação dos serviços que culminou no abandono da obra e o não pagamento de obrigações trabalhistas".

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