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Número de casos de agressão contra a criança em SG é assustador



Dentre as agressões mais abjetas e brutais contra a pessoa humana - infelizmente não são poucas - identifico a violência sexual contra crianças a pior delas. O mal causado muitas das vezes não se apaga, cicatriz que não se fecha levada por toda uma vida.

Os prejuízos para a vítima e sociedade são insanáveis. É como se fôssemos condenados a carregar uma rocha de uma tonelada até o alto do morro do Gaia eternamente, voltar e subir, voltar e subir, para lembrarmos o quanto de esforço devemos desprender para termos uma sociedade saudável.

Embora São Gonçalo tenha uma rede razoável de proteção social à criança e ao adolescente, graças ao esforço das bravas guerreiras do Movimento de Mulheres, sobretudo a dedicação de sua idealizadora, Marisa Chaves, os casos de violência continuam altíssimos e inaceitáveis. Somente o Núcleo Especial de Atendimento à Criança e ao Adolescente Vítimas de Violência Doméstica e Sexual de São Gonçalo (Neaca) registra 60 casos por mês.

A coisa se revela ainda mais assustadora na unidade infantil do Hospital Luis Palmier. Segundo relato de uma assistente social que não quis se identificar, por dia (por dia!) são identificados 35 possíveis casos de agressão física contra crianças. A grande maioria desses casos são subnotificados por omissão do primeiro atendimento, seja ele médico ou da enfermagem.

"É norma o primeiro atendimento identificar e relatar por escrito lesões nas crianças que se parecem ocasionadas por agressão externa. Isso não é feito no hospital. Enviam direto para a gente (assistentes sociais). Mesmo sabendo depois de investigar que os casos se tratam de violência, pouco ou nada podemos fazer pelas crianças por falta do laudo que atesta prova material. Isso mina a gente por dentro", disse a assistente social, que tem o seu drama ainda mais carregado por falta de estrutura de trabalho e assédio moral.

Recentemente em matéria do Jornal Daki, a presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (Cmdca), Mariana Frizieiro, comentou que "o fluxo de atedimento (à criança e ao adolescente) existe mas não é integrado. Isso se deve muito à falta de profissionalização da administração (pública) que não dialoga entre si".

Não dialoga mesmo.

Veja abaixo matéria do jornal A Tribuna.

VIOLÊNCIA CONTRA CRIANÇAS: 60 CASOS POR MÊS

Augusto Aguiar

Os números relacionados a violência sexual contra crianças continuam assustadores, atualmente, pelo menos dois casos são recebidos no Núcleo Especial de Atendimento à Criança e ao Adolescente Vítimas de Violência Doméstica e Sexual de São Gonçalo, por dia. Ontem foi o Dia de Enfrentamento ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. E para marcar essa data, a secretaria de Desenvolvimento Social, Habitação, Infância e Adolescência realizou a campanha “Faça Bonito – Proteja Nossas Crianças e Adolescentes”, na Praça Doutor Luiz Palmier, no Centro.

A presidente do Conselho Tutelar 2 de São Gonçalo Maria Eulália Maciel, comentou que os casos de crimes contra crianças acontecem, principalmente, por conta do medo de fazer denúncias. Ela reconheceu que os maiores casos de abuso acontecem dentro de casa com pais e padrastos. Ela se lembra com tristeza do caso de um avô que estuprava os três netos de 4, 5 e 6 anos de idade.

“Quanto vi esse caso do avô que abusava dos netos eu senti um peso de não conseguir resolver todos os casos e nem como punir todos os agressores. Esses números estão crescendo porque as pessoas têm medo de fazer a denúncia”, disse.

O secretário adjunto da Infância e da Adolescência, Gelson Martins, disse que, apesar de parecerem alarmantes, os casos estão sob controle.

“Estamos com diversas secretarias envolvidas no combate à exploração sexual infantil. Dispomos do Naca e do Neaca para atendimento dessas pessoas”, disse.

No evento realizado na Praça Luiz Palmier, diversos funcionários da Secretaria de Assistência Social distribuíram panfletos para conscientizar a população e explicar quais caminhos seguir caso seja descoberto uma ação desta. Trabalho feito pelo Conselho Tutelar em casos de abusos: 1º passo: Constatar o abuso e fazer registro policial. 2º passo: encaminhar documento policial para fazer exame de corpo de delito a fim de constatar abuso. 3º passo: encaminhamento da família para Conselho Tutelar para que todos sejam ouvidos. 4º passo: encaminhamento da criança ou adolescente para o Naca e Neaca.

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