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Sobre maturidade e independência intelectual na escola



A falta de informação dentro das escolas é gritante. Trabalho com Educação e pouca preocupação vejo no espaço escolar em preparar os alunos para “encarar” a universidade e o mercado de trabalho. Falo sobre um preparo no sentido de maturidade e independência intelectual.

Irrita-me o fato de muitas instituições nivelarem sempre seus alunos por baixo, através de trabalhos medíocres, sem nenhuma fundamentação teórica, sem exigir-lhes que pesquisem, que apresentem bibliografias, que comparem autores e se posicionem diante das questões propostas. Com a Internet, ficou mais fácil estudar. No entanto, ao deparar-se com a rede, a escola parece não saber o que fazer. Ou anula trabalhos que supõe terem sido copiados de algum site, ou simplesmente, ignora a web, proibindo as pesquisas on line. Ora, se a escola é uma instituição de educação, não pode ter preguiça de cumprir o seu principal papel. Por que não ensinar aos alunos que existem sites sérios, de onde eles podem retirar preciosas informações? Informação é essencial, pois leva à crítica, à reflexão, à maturidade intelectual e à formação de opinião. Isso é autonomia! Os alunos parecem estar acostumados à situação de falta de informação, conformados com qualquer coisa que lhe apresentem. Sinto isso porque leciono Literatura, disciplina impossível de ser trabalhada sem relacioná-la à História, sem perceber as correntes filosóficas que permearam o pensamento de uma determinada época ou compreender que o texto literário não fica isolado no mundo, mas está inserido num contexto artístico muito amplo, que é importante analisar. Nesse momento é imprescindível que o professor ofereça diferentes oportunidades de leitura, diversos tipos de fontes. E que oriente essas leituras também. Ler um texto teórico e compará-lo a outro autor, buscar em dicionários os significados e aplicá-los ao contexto do que está lendo, pesquisar sobre um pensamento sociológico de determinada época para auxiliar na compreensão de um texto, escrever, posicionar-se, concordar ou não, apresentando argumentos, tudo isso traz a capacidade de duvidar, questionar, criticar, crescer intelectualmente, evoluir, amadurecer. O que se tem hoje, infelizmente, é uma escola paternalista, que “mastiga” tudo para os alunos, negando-lhes o embasamento para os cursos de nível superior e o desenvolvimento da maturidade, fundamental para uma independência intelectual, exigida na universidade e no mercado de trabalho.

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