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Cieps abandonados são bofetada na cara da sociedade


Governo do estado está entre transformar prédios em presídios ou se livrar deles definitivamente


Os Centros Integrados de Educação Pública (Cieps) foram as mais ousadas e arrojadas iniciativas de implementação de um ensino público universal e de qualidade no estado do Rio de Janeiro.

Idealizados pelo antropólogo Darcy Ribeiro em 1982, os Cieps começaram a ser construídos e entregues pelo governador Leonel Brizola em 1983, graças a uma inovação na engenharia que possibilitou o uso em larga escala do concreto armado de encaixe, o que tornavam as obras mais ágeis e mais baratas. O projeto arquitetônico foi de Oscar Niemayer.

Pensado para ser um espaço amplo e confortável, com algumas unidades possuindo até piscinas, o projeto do Ciep nasceu como modelo pedagógico para a época revolucionário, de ensino integral com foco na cultura, esporte e lazer.

Os Cieps foram massacrados desde o início pela ignorância, preconceito e mesquinharia de vastos setores da sociedade, muito em consequência da campanha sórdida das Organizações Globo contra o empreendimento.

O abandono dos Cieps em seu projeto original nos custou muito caro. Leia matéria abaixo.

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Raquel Morais

Estudantes do Campus São Gonçalo do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro (IFRJ) poderão ganhar mais um prédio. O Ciep Chanceller Willy Brandt, vizinho do instituto em Neves, está desativado há mais de três anos e poderá ser reutilizado pelo centro federal. A medida está em análise pelo próprio reitor, professor Paulo Assis, em conjunto com o deputado estadual Waldeck Carneiro.

A informação foi divulgada pelo próprio parlamentar que recebeu o reitor em seu gabinete na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), no Centro do Rio, há três semanas. “Estamos trabalhando com a perspectiva de cessão desse prédio ao IFRJ para ampliação do atual campus de São Gonçalo. Seria um novo destino muito bem utilizado pelos gonçalenses e niteroienses”, explicou. Procurado, o instituto não quis comentar o assunto.

Outros colégios que estão abandonados há anos são o Ciep 446 Esther Botelho Orestes, no Cantagalo, e o Ciep 049 Professor Anísio Teixeira, no Fonseca. O primeiro fica localizado na Estrada Celso Peçanha e a última informação divulgada sobre o espaço foi sobre a possibilidade de implantação de uma unidade penitenciária, após visita técnica de funcionários da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap).

Já o da Zona Norte apresenta mato alto e quadra esportiva abandonada. Em ambas as unidades, no lugar de crianças correndo e brincando o pátio está vazio há, pelo menos, dois anos. As salas de aulas que deveriam estar com carteiras e alunos hoje viraram reduto de usuários de drogas e moradores de rua. Sobre o Ciep de São Gonçalo, a Secretaria de Estado de Educação (Seeduc) disse que o processo de cessão do imóvel foi encaminhado para a Secretaria estadual de Planejamento e Gestão (Seplag). O do Cantagalo está em negociação para ser municipalizado. E o do Fonseca está sendo utilizado como Arquivo Geral da Seeduc e a Secretaria nega que esteja abandonado.

Waldeck reforçou que a ideia principal para a unidade de Cantagalo é ser transformada em uma unidade de formação profissional da Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec) e o Anísio poderia ser adaptado para um centro de formação continuada de professores estaduais e municipais. “Essas possibilidades já foram vistas, inclusive através de indicações legislativas. Não podemos deixar esse abandono virar parte do nosso cotidiano”, reforçou.

Uma das diretoras do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe) de São Gonçalo, Beatriz Lugão, reforçou que com o abandono dos três colégios cerca de 3.600 alunos estão fora da sala de aula. “Estamos vivendo uma crise social e ter milhares de estudantes sem colégios é um absurdo. Esses abandonos só mostram a opção política desse governo, que não é o povo”, finalizou.

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