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A dengue dentro e fora da escola: uma ação eficaz

Por  Aldaléa Figueiredo dos Santos

Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

Não bastam campanhas publicitárias para combater a Dengue. Preocupar-se com saneamento e educação é sinal de uma cidade desenvolvida e preparada para as adversidades.


É preciso uma vontade política, acima das partidárias, que se preocupe com a população e invista em cuidados básicos. Doenças, como a Dengue, não escolhem classe social, e se não houver cuidados entre vizinhos e cidadãos em geral, todos serão prejudicados. As epidemias e pandemias devem servir como alertas para que se possa valorizar e investir na ciência com as pesquisas, tanto nos mais simples e eficazes cuidados que perpassam pela higiene e venham tentar eliminar com as condições insalubres de moradia e trabalho.


Iniciativas, como as do município de Niterói, ao realizar uma parceria com a FIOCRUZ para desenvolver o método Wolbachia que, em laboratórios, consiste em inserir uma bactéria em ovos de mosquitos Aedes Aegypti, que portam esse microorganismo e, portanto esse mosquito, torna-se incapaz de carregar o vírus transmissor da Zika, Chikungunya, Febre Amarela, além da Dengue, havendo o monitoramento diário desses vetores desde 2015. Esse método e controle têm surtido efeito, fazendo com que o município venha mantendo um baixo índice de contaminação.


Enquanto não tivermos investimento de todos os municípios na Ciência, a melhor forma de prevenção continua sendo evitar a proliferação do mosquito eliminando água armazenada que pode se tornar possíveis criadouros, como em galões de água, pneus, garrafas plásticas, piscinas sem uso e sem a devida manutenção, vaso sanitário com pouco uso, ralos internos, pratos de plantas e até mesmo em recipientes pequenos como tampas ou tampinhas de garrafas. Nestes devem ser colocados detergente, sal, sabão em pó, água sanitária, para que, em caso de se alojarem em águas paradas, possa eliminar com as larvas do mosquito, que ali tenham permanecido inertes e, com a possibilidade da presença de uma água limpa poderiam passar a desenvolver suas atividades vitais.


Em São Gonçalo, no Colégio Municipal Ernani Faria, os seus professores e alunos destacam-se pelo trabalho multidisciplinar realizado no 2º segmento, orientado pela professora Vandelita. Ela convenceu toda a equipe a entrar nesse projeto, provando que escola é um lugar fundamental para que a sociedade se conscientize conjuntamente com suas disciplinas e conteúdos programáticos.


Esta união levou a pesquisas no laboratório de informática, leituras, interpretações, produções de textos sobre o tema, estudando gráficos matemáticos, fazendo cálculos percentuais de contaminação, e aprendendo o que é uma bactéria e seu ciclo de contaminação. Fazendo arte com sucata e criando vídeos envolvendo a família para alertar toda a comunidade a agir na sua própria casa.


Esses vídeos, realizados com o protagonismo juvenil de seus alunos, ampliam o espaço educativo ultrapassando os muros da escola e avançando, por meios virtuais, com uma linguagem jovem e com resultados comprovados. Seu trabalho foi reconhecido e será levado à ALERJ, organizado pela Deputada Estadual Elika Takinomoto, em uma Audiência Pública, tendo a Ciência e Tecnologia no combate à dengue e na apresentação do cenário atual de epidemia, no dia 13 de março de 2024, às 10h30, como exemplo do trabalho integrado entre escola e comunidade.


Fica assim esperada uma boa reflexão para os cidadãos gonçalenses, de que a participação de todos começa por uma escolha política e que a conscientização é a maior arma para a proteção individual, consequentemente, ampliando a qualidade da vida coletiva.


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Aldaléa Figueiredo dos Santos é professora no C.M.Ernani Faria, professora de Português e Produção Textual. Com doutorado em Educação em Politicas Públicas e Formação de Professores - UFF e Mestrado em Linguística Aplicada - UFF. Integra o Grupo de Pesquisa Coletivo Investigador UERJ/FFP desde 2021 e é membra do Coletiva ELA. 

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