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Bolsonaro colocou Deus abaixo das armas e da morte - por Mário Lima Jr.


Foto: Reprodução Internet
Foto: Reprodução Internet

“Deus é amor”, diz a Bíblia Sagrada. Está escrito na Primeira Carta de João, capítulo 4, versículo 8. O nome desse mesmo Deus foi usado em slogans que ajudaram a eleger o presidente Jair Bolsonaro em 2018. Frases até hoje repetidas nos corredores dos palácios em Brasília e no dia a dia do Governo Federal. Acontece que não há amor nesse governo. Ele se empenhou para que o número de licenças para uso de armas crescesse 325% em três anos, ação diretamente ligada ao aumento da violência no país, segundo especialistas (G1). Ele também incentivou o crescimento de 150% na destruição de terras indígenas, política que mata a população originária do Brasil, de crianças a idosos. Isso não é amor. E se não há amor, não há Deus.


Um homem que ensina uma criança a usar os dedos para fazer um gesto ameaçador, de uma arma na mão, está mais perto da morte do que da graça. A lição foi tão bem instruída que outras crianças repetem o gesto espontaneamente diante da presença de Jair Bolsonaro na rua, em convenções, em qualquer lugar do Brasil. Como matar é a única função das armas, armas que ocupam lugar de destaque nas decisões presidenciais, não matar é outro mandamento bíblico desprezado com prazer por Bolsonaro e seus apoiadores.


Se Deus estivesse acima de todos, inclusive pastores que abrem faculdades e empresas com propina para facilitar a liberação de recursos do Ministério da Educação, por amor práticas de defesa da vida seriam implementadas desde o princípio da pandemia. Não apenas incentivo a medidas científicas de combate à doença, mas o devido respeito à ciência e à saúde pública desde a comunicação presidencial. Pelo contrário, institutos de desenvolvimento de vacinas foram perseguidos pelo Governo Federal e seus funcionários foram ameaçados. A vida do brasileiro foi tratada como objeto descartável, ao ponto de ocuparmos a 13ª posição do ranking mundial de mortes proporcionais, por milhão de habitantes. Sem compaixão, não houve união nacional estratégica em benefício da população.


Se Deus fosse colocado antes da pátria e da família, o número de mortes por conflitos no campo não teria explodido ano passado (Correio Braziliense). Nunca grileiros, madeireiros e garimpeiros se sentiram tão à vontade para matar famílias de camponeses, quilombolas e indígenas. Não há segredo, prova a lista de prioridades de Jair Bolsonaro no Congresso, de que o presidente e seus fiéis preferem a exploração indiscriminada mediante destruição rápida da natureza, morra quem morrer. O nome de Deus deveria ser removido dos slogans presidenciais e separado de tanto mal.

 

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Mário Lima Jr. é escritor.



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