Governo Bolsonaro libera 290 agrotóxicos em 2019. 41% deles são extremamente perigosos
Liberação de substâncias é a maior dos últimos anos
O Diário Oficial da União registrou hoje (ontem, 23/7) a liberação de 51 tipos de agrotóxico no mercado brasileiro. Conforme levantamento do Greenpeace, desde o início do governo Bolsonaro (PSL), 290 substâncias foram permitidas para uso. O número consolida tendência de aumento na aprovação destes produtos desde 2010, sob governo Lula (PT) - com exceção dos anos de 2013 e 2015, sob governo Dilma (PT), quando houve desaceleração na entrada de novos componentes à lista de autorizados no país.
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Substâncias proibidas na Europa
Segundo documento elaborado pelo Greenpeace, dos 51 itens autorizados, 18 são extremamente ou altamente tóxicos. Levando em consideração os 290 produtos liberados em 2019: 41% (118) são considerados extremamente ou altamente tóxicos e 32% são proibidos na União Europeia.
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Menos controle
No documento, o Greenpeace alerta que, além do aumento na velocidade das aprovações de agrotóxicos, chama a atenção a toxicidade dos produtos autorizados.
A ministra da Agricultura, Tereza Cristina (DEM), havia afirmado que mais autorizações resultariam em substâncias menos tóxicas.
Além disso, o Projeto de Lei 6.299/2002, designado "PL do Veneno", ainda não aprovado, já está influenciando a aprovação de novos agrotóxicos, segundo especialistas ouvidos pelo UOL.
O projeto prevê, entre outros pontos, que o Ministério da Agricultura tenha a palavra final na liberação dos agrotóxicos e tira poder dos ministérios da Saúde e do Meio Ambiente nas análises.