Juareis Mendes marcou nossa geração, por André Correia
Conheci o Juareis Mendes no ano de 2006 na Faculdade de Formação de Professores da UERJ em São Gonçalo. E de lá pra cá ele trabalhou em uma série de atividades promovidas por iniciativa do projeto que eu coordenava. E foram muito trabalhos juntos desde então. Tive a honra também de editar diversos livros de sua coleção.
Durante esses (14) anos que se passaram, tentei entender o que era, ou quem era Juareis para a literatura e para a educação das crianças gonçalenses.
Vindo do coração do bairro de Santa Luzia, cabeça branca, baixinho, de fala mansa e persuasivo.
Este modesto senhorzinho gostava que só ele de ser o centro das atenções.
E diria ele falando de si mesmo: “que modesto que eu sou, muito bom esse meu trabalho, eu sou o maior. E sou muito modesto também.”
Seu Juareis hoje não está mais entre nós. Já vinha dando sinais de fraquezas desda última vez que nos vimos. Quando me mudei para Marambaia o seu Juareis perdeu o contato comigo. E no alto do seus 80 anos ele encontrou a escola onde leciono ef oram mais (2) anos de convívio com o bom velhinho.
Seu juareis foi um desses magos do processo educacional lúdico. A alfabetização cultural que fazia através da contação de história marcou nossa geração. Um legítimo Griô, um contador de história popular, um artista plástico que de uma forma lúdica alfabetizava brincando e brincava de alfabetizar.
Mas eu te falei sobre o princípio?... Ele era vendedor de livros!
Talvez ele tenha sido um simples vendedor de Livros que elaborou um método de ensino a partir de leituras autodidatas do desenho, da rima, da cantoria e da contação de história.
Patrimônio histórico imaterial de São Gonçalo e da humanidade.
Tenho certeza que está em um lugar melhor agora...
André Correia é Professor de História.