top of page

Mestre Zizinho, um literário da bola - por Thunai Melo


Zizinho no Bangu/Reprodução
Zizinho no Bangu/Reprodução

Nascido no dia 14/09/1921, Tomás Soares da Silva, o nosso Zizinho, o Mestre Ziza, que nos deixou em 08/02/2002, completaria 100 anos. Um dos maiores maestros que contribuiu para o gigantismo da história do futebol brasileiro nasceu na cidade São Gonçalo - RJ, no bairro de Neves e iniciou o seu brilhantismo em Niterói – RJ , no Byron, extinto em 1978. Influenciou nomes como Didi e foi ídolo e referência para ninguém mais, ninguém menos do que Pelé e, segundo o Rei do Futebol, foi o jogador mais completo que viu jogar.



No Flamengo, marcou época se tornando um dos maiores ídolos do clube da Gávea, jogando nos períodos entre 1939 a 1950. O histórico meia armador conquistou os campeonatos estaduais de 1939 e o Tri em 1942, 1943 e 1944, jogando ao lado de Domingos da Guia, Leônidas da Silva, Valido, Pirilo, Vevé, Modesto Bria, Jaime e sendo treinado pelo polêmico Flávio Costa. Marcou 146 gols em 314 jogos. Teve uma saída turbulenta do rubro negro carioca e se transferiu para o Bangu em 1950, atuando pelo time alvirrubro suburbano até o ano de 1957, se consagrando o maior jogador da história do clube e o 5º maior artilheiro, marcando 122 gols. De 1957 a 1958, Zizinho vai brilhar no tricolor paulista, marcando 27 gols em 67 jogos, conquistando o Campeonato Paulista desfilando o seu talento e liderando o São Paulo.



Não só pelos clubes citados acima o Mestre Ziza fez história. Apesar de uma grande tristeza da perda da Copa de 1950 para o Uruguai, no Maracanã, com um público presente de 199.854 pagantes, Zizinho desfilou e mostrou ao mundo a sua velocidade, raça, um chute imponente e uma maestria fez com que fosse o melhor jogador do mundial e hoje reconhecido por ser um patrimônio do futebol brasileiro, fazendo com que os espanhóis se ajoelhassem e escrevessem crônicas para o mundo inteiro. Pela seleção brasileira, atuou entre os anos de 1942 a 1957, acumulando 54 jogos, 37 vitórias, 4 empates e 13 derrotas, marcando 30 gols. Conquistou os principais títulos da Copa Rocca em 1945, Copa América em 1949 e o Pan Americano de 1952. De maneira muito infeliz, ficou de fora da seleção de 1954, alegando ter sofrido calúnias em um relatório de colunistas do período como José Lins do Rego, acusando-o de ser indisciplinado e mercenário por não ter aceito uma premiação menor, inferior aos 2 mil cruzeiros. No relatório dizia que Zizinho não deveria vestir mais camisa da seleção brasileira.


Encerrou a sua carreira no modesto Audax Italiano, do Chile, e no Uberaba de Minas Gerais, atuou também como treinador de clubes como o América – RJ , Vasco da Gama – RJ, Bangu – RJ e seleção brasileira olímpica em 1975, com uma personalidade bem dura na beira dos gramados. Foi fundamental para a formação dos geniais Gérson o “canhotinha de ouro”, Zico, Edu, Edinho e outros craques também eternizados no futebol mundial.


Homens como Zizinho popularizaram o nosso esporte deixando um legado e uma história apaixonante dentro e fora dos gramados que mostrou a sua arte, respirando futebol foi um literário da bola. Falar sobre o mestre vai além de qualquer estatística ou números que muitos “planilheiros” nos empurram goela abaixo, a herança que nos deixou é gloriosa e magnífica. Escrever sobre Zizinho deveria ser permitido somente em forma de poesia, a grandeza do mestre não cabe apenas nessas simples linhas.




Bibliografias recomendadas:

Histórias do Flamengo – Mário Filho, Ed” Manuad X. 4ª edição: 2014

Coleção “Grandes Ídolos”- Zizinho, O Mestre Ziza. Zizinho. Ed: Maracanã.

Futebol é arte – Zizinho, Domingos da Guia e Pelé. De Moraes, Mário. Ed: Mis Editorial.


Thunai Melo, professor de História e Geografia da Rede Estadual do RJ de Ensino.










POLÍTICA

KOTIDIANO

CULTURA

TENDÊNCIAS
& DEBATES

telegram cor.png
bottom of page